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Bebê alérgico está sem leite especial há dois meses em Cachoeirinha

Secretaria Estadual da Saúde considera que demora está "dentro do procedimento padrão"

13/10/2016 - 10h18min

Atualizada em: 22/11/2016 - 20h53min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho

Com apenas dez dias de vida, o menino Bernardo Ferreira Magalhães teve de sair da casa dos pais em Cachoeirinha e retornar ao hospital onde nasceu, o Divina Providência, em Porto Alegre. Não era um simples procedimento padrão. O bebê havia perdido muito peso, saindo dos saudáveis 3,5kg para preocupantes 2,2kg.

Mãe do menino, a consultora mecânica Nathalia Ferreira Ramos, 27 anos, ficou preocupada. Além da perda de peso, o menino estava desidratado.

Sem lactose

Na UTI do hospital, Bernardo foi amamentado com o leite Nan, uma fórmula que substitui o leite materno. Os efeitos, porém, foram piores do que antes. Sangue nas fezes, cólica, diarreia, vômito e até coriza afetaram o bebê. Na consulta com a pediatra, Bernardo foi diagnosticado com alergia à proteína do leite.

A médica deu quatro latas de Pregomin Pepti para que Nathalia alimentasse o filho, um leite sem lactose que custa caro: cerca de R$ 160 a lata. O teste funcionou.

– Ele melhorou 100%. Acabou a diarreia e pararam as dores de barriga, a coriza e os vômitos – recorda a mãe.

Doações

Comprar o leite especial é inviável para o bolso de Nathalia e do marido, Willyam Magalhães. Por isso eles pegaram o laudo médico e entraram com um pedido na Secretaria Estadual de Saúde (SES) para receber o produto gratuitamente. De acordo com a mãe, a solicitação foi feita no dia 12 de agosto.

Até agora, porém, não recebeu sequer uma lata.

– Eles dizem que o meu pedido está em avaliação. Me passaram que seria de 30 a 45 dias para receber – queixa-se Nathalia.

A mãe se vira para continuar alimentando o filho com o leite especial. O apoio vem de outras mães de crianças alérgicas, que se reúnem em um grupo do Facebook chamado "APVL no Sul" para discutir a alergia ao leite e fazer doações de latas que sobraram em casa após os filhos deixarem de usar o produto.

Secretaria da Saúde considera demora "normal"

Ontem, a SES informou que o pedido de Nathalia havia sido aprovado na semana passada, e que a mãe poderia ter verificado a situação pela internet. Bastaria digitar o número do processo no site da secretaria. Só que, quando fez o pedido do leite especial, Nathalia não recebeu número de processo.

Apenas o telefone da farmácia pública em Cachoeirinha, para onde deveria ligar e checar se o leite já havia chegado. Na sexta-feira passada, ao telefonar para a farmácia, Nathalia foi informada de que seu pedido ainda não havia sido aprovado – contrariando a posição da Secretaria.

– Liguei na sexta e disseram que o pedido estava em avaliação, ainda. Que não tinha sido aprovado – garante Nathalia.

A SES também informou que o prazo para atendimento de pedidos é de 30 dias, mas os 60 que Nathalia teve de aguardar estão dentro do procedimento padrão.



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