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Novas fissuras na pista

Com risco de desabamento, BR-116 entrará em estado de emergência em Nova Petrópolis

Rodovia permanecerá bloqueada por pelo menos seis meses. Ainda não há previsão para tráfego em meia pista

24/10/2016 - 17h22min

Atualizada em: 25/10/2016 - 07h48min


Mauricio Tonetto
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Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Fissura está aumentando e pode fazer com que o asfalto desmorone, afirma o Dnit

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve anunciar nesta semana a empresa que ficará responsável pelas obras de recuperação da BR-116, no Ninho das Águias, em Nova Petrópolis. A rodovia, castigada pelas chuvas da última semana, está com uma rachadura na altura dos quilômetros 178 e 179, e nesta segunda-feira novas fissuras foram detectadas. Há risco de desmoronamento do asfalto.

O tráfego permanece totalmente bloqueado por tempo indeterminado. Segundo o Dnit, quem não seguir a recomendação corre risco de vida. O órgão reúne os últimos dados necessários para decretar estado de emergência do trecho afetado. Após isso, as empresas especializadas nesse tipo de serviço terão 48 horas para apresentar orçamento. A que dispor o menor preço será escolhida automaticamente e, no dia seguinte, pode iniciar o trabalho.

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– Estive hoje (segunda) com uma equipe de Brasília fazendo avaliação e as rachaduras aumentaram. São 150 metros. Já pegou meia pista e avança para outra. Quem usa a BR-116 ali assume o risco – adverte o superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva.

Ele afirma que uma ponte sobre a área danificada, hipótese que chegou a ser cogitada, não tem como ser construída, pois ultrapassa o vão máximo que poderia ser alcançado – 60 metros. A cortina de concreto que sustenta a rodovia precisará se refeita, mas a liberação do trânsito só deve ocorrer mais tarde.

– Quando começarem os trabalhos, o prazo total é de seis meses. Não temos como dar outros prazos, a fissura avançou, o solo é totalmente instável e o risco de desmoronamento total é iminente – complementa Silva.

Em setembro de 2009, parte da pista desabou por conta de infiltrações no mesmo ponto, e a ligação entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis foi interrompida por 17 dias. Os reparos foram concluídos três meses depois. O conserto de agora é complexo e exige equipes num local de difícil acesso, à beira de uma encosta. Por isso, a expectativa é que ninguém circule por lá até que existam condições razoáveis de segurança.

– É loucura pensar em liberar (agora). Estive lá e tenho receio de me aproximar daqules buracos a pé, imagina de carro – ressalta o chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Serra, Alfonso Willembring Júnior.

Marcelo Casagrande / Agencia RBS

Transporte escolar é retomado

O transporte de estudantes para Caxias, realizado pela Associação dos Universitários de Nova Petrópolis, foi retomado nesta segunda-feira. A suspensão havia ocorrido na semana passada, depois do bloqueio da BR-116. No sábado, em assembleia, os associados definiram que as empresas contratadas poderão seguir por uma rota alternativa que passa por Picada Café, Linha Nova e Feliz – trajeto que dura cerca de duas horas.

Pela BR-116, o deslocamento leva uma hora. Com isso, os horários foram antecipados. Para o campus-sede da Universidade de Caxias do Sul (UCS), ocorrem às 6h, 11h40, 14h50 e 17h30. As linhas para quem vai para o Campus 8 da UCS e para quem faz cursos técnicos saem às 17h30. No total, cerca de 250 estudantes utilizam os ônibus por dia.

A interdição da BR-116 impacta também na saúde. A saída de pacientes do SUS de Nova Petrópolis que precisam de tratamento em Caxias foi reduzido para uma vez ao dia – às 5h. Antes, o serviço era prestado em dois turnos: às 6h e ao meio-dia. A prefeitura garante, porém, que ninguém deixará de ser atendido.

A rota alternativa inclui a passagem por localidades do interior de Nova Petrópolis. A demora é de pelo menos 30 minutos por viagem. Os paciente são deixados em frente aos hospitais e locais de consultas de manhã e recolhidos à tarde.




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