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Bate-papo

Palhaço de verdade pede o fim da palhaçada dos mascarados do mal

Integrante do Circo Girassol, o palhaço Rafael de Moura diz que espera não encontrar um desses por aí

22/10/2016 - 08h11min

Atualizada em: 22/10/2016 - 08h12min


Rosângela Monteiro
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Rafael é bonzinho, pode confiar!

Respeitável público, vamos parar com a palhaçada! É o que os próprios palhaços estão pedindo depois das aparições aterrorizantes de mascarados do mal que causaram histeria em diversas partes do planeta, inclusive aqui pertinho, em Capão da Canoa. Nesta semana, um jovem usando máscara característica e portando um facão foi apreendido pela Brigada Militar porque estava ameaçando pedestres na cidade do Litoral Norte. Só foi liberado depois da mamãe ir buscá-lo na delegacia.

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Há também relatos de pessoas fantasiadas aterrorizando em lugares como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália. Está todo mundo apavorado com isso, inclusive alguns palhaços profissionais, que chegaram a fazer protesto contra estes colegas malignos nesta semana, em Porto Alegre.

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Palhaço desde os 17 anos e professor da arte no curso Construindo Seu Clown, em Porto Alegre, Rafael de Moura, 35 anos, espera não encontrar nenhum deles por aí.

Diário Gaúcho – Esses palhaços do mal estão atrapalhando os seus negócios?Rafael de Moura – De forma alguma. Mas espero não encontrar um desses na rua porque vou bater neles (risos).

Diário – Está preocupado com a repercussão negativa dos falsos palhaços?Rafael – Todo mundo está comentando. Há muito tempo, o palhaço não estava tão em voga. As pessoas estão muito focadas em trabalhar, em correr atrás de bens materiais e os palhaços fazem exatamente o contrário do que a sociedade está propondo, vêm para dar uma desafogada, dizer que um cara atrapalhado dá alegria. No curso que ensino como ser palhaço, há médicos, advogados, estudantes. Todos chegam estressados e a aula é uma terapia. Ser palhaço é retomar a brincadeira.

Diário – Palhaço de verdade não assusta como estes andam fazendo?
Rafael –
Não! O palhaço é a graça, o riso. O mundo tá tão deturpado, tem gente queimando índio e dizendo que é brincadeira. As pessoas não sabem mais brincar.

Diário – Por que estão acontecendo estas aparições?
Rafael –
A figura do palhaço norte-americano sempre foi meio assustadora. E ainda fizeram uns filmes de terror com o palhaço... Deve ser por isso.

Diário – E o palhaço Rafael, assusta alguém?
Rafael –
Teve uma vez que eu assustei. Fui contratado para fazer recepção no Festival de Gramado e uma modelo que ficaria trabalhando junto tremia toda. Ela tinha pavor de palhaço. Até tirei o nariz, mas ela saiu correndo. Não teve jeito.



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