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Encare a Crise

A conta do condomínio está muito alta? Veja 10 dicas para baixar esta fatura

A partir de hoje, a seção Encare a Crise ganha mais espaço: será publicada sempre às segundas e sextas-feiras.

25/11/2016 - 05h52min

Atualizada em: 25/11/2016 - 05h53min


Erik Farina
Erik Farina
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Substituições, controle de gastos e cuidados para evitar vazamentos são fundamentais. Na reunião mais recente de condomínio no conjunto Las Lenas, em Canoas, a vizinhança foi praticamente unânime: seria necessário cortar gastos para a conta mensal não subir. Com crise econômica, desemprego em alta e parcelamento de salários do funcionalismo estadual, a preocupação era com um eventual reajuste no valor da contribuição e a possibilidade de inadimplência por conta disso.

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O síndico, Giani Villagra, logo definiu a estratégia: visitaria todos os 126 apartamentos nas três torres, para verificar vazamento de água ou gás – já que a conta não é individual, e sim repartida entre todos os condôminos. Na última ronda, há três anos, identificou e mandou resolver incontáveis problemas na hidráulica. O resultado foi que o gasto mensal com água desabou de R$ 12,3 mil para R$ 5 mil.

– Condomínio é como se fosse uma grande casa: você tem que controlar os gastos diariamente e tomar medidas duras quando há desperdícios – afirma Giani Villagra.

O síndico Giani Villagra conseguiu reduzir as contas do condomínio

Gastos

A exemplo do que ocorre no Las Lenas, enxugar despesas se tornou uma obsessão para condôminos e síndicos nos últimos anos. Quem coloca a lupa sobre os gastos, descobre formas de reduzir custos de luz, água, portaria e contratação de serviços, trazendo um refresco para o bolso dos moradores. Controlar o valor dos boletos também é uma forma de estancar a inadimplência, que, conforme o Secovi/Agademi, sindicato que representa as imobiliárias, chega a 13% no Rio Grande do Sul.

– Uma forma eficiente de reduzir custos é rever a folha de empregados de limpeza e segurança, que pode consumir de 50% a 65% do custo do condomínio – avalia Andreia Vendruscolo, advogada da administradora Casa dos Síndicos, especializada em gestão de conjuntos residenciais.

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Muitas vezes, os zeladores acabam assumindo as tarefas de faxina e portaria, e saem mais caro do que trabalhadores específicos nessas áreas. Há condomínios eliminando a figura do zelador para contratar prestadores de serviços. Contratar empregados que moram na vizinhança também pode trazer economia em custos de deslocamento. Alguns conjuntos residenciais têm substituído a portaria presencial pela virtual, em que a recepção é feita por interfone, de maneira remota. O custo mensal cai de aproximadamente R$ 7 mil para 2,6 mil. Também há a possibilidade de terceirização de serviços, reduzindo o peso dos encargos trabalhistas.

– Neste caso, o condomínio ou a empresa administradora precisam redobrar os cuidados quanto à idoneidade da empresa, verificando se ela paga todos os direitos dos trabalhadores. Caso contrário, pode haver complicação na Justiça –afirma Andreia.

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A profissionalização dos síndicos também pode ajudar. Cursos e programas de capacitação têm surgido para ajudar os administradores a controlar melhor os gastos, gerenciar o fluxo de recursos e fazer a cobrança adequada de inadimplentes. Ao síndicos, uma boa forma de combater a inadimplência é envolver todos os moradores nas reuniões de condomínio, para que saibam no que está sendo gasto seu dinheiro, e se estimulem a pagar em dia.

10 DICAS PARA DIMINUIR O CUSTO DO BOLETO
1.
Na compra de produtos de limpeza, redobre o cuidado com a quantidade e o prazo de validade, para evitar deterioração e desperdício.
2. Compare o custo de serviços próprios com terceirizados, para avaliar o que mais vale a pena financeiramente.
3. Prefira contratar segurança e limpeza de pessoas da região, para economizar no valor do deslocamento.
4. Ao contratar serviço de jardinagem, reparo ou construção, faça pelo menos três orçamentos e busque referências com outros síndicos.
5. Faça campanhas internas para evitar o uso de elevador de um andar ao outro e para apagar as luzes da garagem.
6. A instalação de captadores de água da chuva ou painéis solares reduz a conta mensal. O investimento inicial costuma ser alto, mas a economia no médio prazo é garantida.
7. Manter a piscina coberta evita a evaporação da água e dispensa a necessidade de encher novamente.
8. Quem ainda usa lâmpadas incandescentes está deixando de economizar: as opções de led e fluorescentes, embora sejam mais caras na compra, compensam a partir do terceiro mês pelo menor consumo.
9. Instale sensor de movimento nas áreas de trânsito comum, para que a iluminação ocorra apenas quando necessário.
10. Estabeleça horário de funcionamento das praças, quadras esportivas e área de convivência, para dar um limite ao período de iluminação.



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