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Entrevista

Conheça os mitos mais comuns e as verdades sobre os motéis brasileiros

Associação Brasileira de Motéis quer mostrar ao público que o motel se modernizou e está mais elegante.

10/12/2016 - 10h07min

Atualizada em: 12/12/2016 - 11h05min


Letreiros de néon intermitentes, paredes vermelhas em tons chamativos, carpetes e grandes camas redondas, talvez até giratórias. Se essa é a imagem que você tem dos motéis, talvez faça tempo em que não vai a algum. Fica a dica.

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É dessa caricatura que a Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) quer se afastar. A intenção é derrubar tabus. Hoje, os quartos têm decoração mais "clean", longe do erotismo explícito.

– Hoje, esse tipo de decoração é considerado brega, principalmente por um público mais jovem. O motel está similar à rede hoteleira em qualidade – afirma o diretor administrativo da ABMotéis, Antônio Carlos Morilha.

Ele destaca que, por causa da Copa do Mundo, os motéis também se tornaram opção de hospedagem, o que ajudou apostar na discrição. Mas as opções mais quentes ainda existem, só que em menor escala.

Espelunca

Os motéis reservam poucos quartos e suítes para abusarem das cores e do erotismo. Além disso, a nova cara chegou também às cozinhas dos motéis, que já oferecem opções no cardápio especialmente preparadas por chefs. Tudo, claro, dependendo do preço que se quer pagar. Confira o que diz o representante da Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis).

Diário Gaúcho – O motel deixou de ser um lugar só para transar? O que mais fazem lá, então?
Antônio Carlos Morilha – Olha, atuo aqui em São Paulo em uma rede que administra 20 motéis. Já tivemos casos, mais de um, de cliente ligando para a recepção e reclamando que não vai pagar porque a TV está com chuvisco e ele não consegue ver o jogo do Brasileirão. Nesses casos, pedimos desculpas, oferecemos um desconto, faz parte.

DG – E quanto à higiene. Tem gente que, antes de mais nada, começa a limpar o quarto?
Antônio Carlos – Nisso, um dos mitos é sobre a banheira de hidromassagem. Quem não é frequentador pode achar que a hidro está suja. Mas os bons moteis fazem a limpeza correta. Ouço gente dizer que enche de água quente, deixa por cinco minutos, esvazia e só depois usa. Mas não há necessidade disso.

DG – Muitos têm o motel como local para traição? É mito também?
Antônio Carlos – O forte do movimento é sexta, sábado e domingo. Quem vai sair com amantes nesses sias? É casal de namorados, casais de pessoas descomprometidas. Evidente, não há controle disso, é uma impressão. Há movimento também de segunda a quinta-feira. Aí, não sabemos.

DG – Com essa cara clean, o motel não perde a identidade? Não corta o clima?
Antônio Carlos –
É mais clean, mas tem espelho, ficou chique, elegante, bonito. Mas não tem mais cama redonda, parede vermelha. Hoje, acham isso coisa brega. Há quartos com apelos eróticos, mas cada vez mais restritos. E não tem mais aquela cadeira erótica que parece de ginecologista, é uma poltrona erótica.

DG – O motel é coisa recente no Brasil?
Antônio Carlos – O motel existe faz uns 35 anos. O primeiro foi aqui em São Paulo, e tinha de pagar uma mensalidade para frequentar. Precisou se disfarçar de clube na época. Imagina que só com carteirinha e mensalidade em dia se podia entrar.



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