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Assalto a banco

"Foi muito pânico", conta refém que foi levada por assaltantes de banco em São Sepé

Jovem de 20 anos ficou cerca de uma hora na posse dos assaltantes, que aterrorizaram os moradores da cidade. Ladrões atiraram contra vários carros para obrigar pessoas a saírem e se juntar ao cordão humano

24/12/2016 - 08h23min

Atualizada em: 24/12/2016 - 16h00min


Dandara Flores Aranguiz
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Deni Zolin
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Germano Rorato / Agencia RBS

Os moradores de São Sepé viveram momentos de pânico na madrugada de sexta para sábado, com várias pessoas sendo usadas como cordão humano pelos assaltantes, que explodiram duas agências bancárias e atiraram contra carros e prédios. A ação durou cerca de 40 minutos e ocorreu por volta da 1h de sábado, quando ainda havia muita gente na rua. Como era uma noite de calor e de véspera de feriado de Natal, o movimento na rua ainda era grande. Havia muitas pessoas nos dois traileres de lanches que ficam perto das agências bancárias, e muitos jovens passeando de carro pelo Centro.

Reprodução
Moradores foram usados como cordão humano durante a ação, em plena praça central de São Sepé

Os cerca de 15 assaltantes chegaram em carros, usando capuzes e portando fuzis. Em frente à Praça das Mercês, onde há o Banco do Brasil e o Sicredi, eles pegaram pessoas que estavam em dois traileres de lanches e saindo de um restaurante. Os momentos de pânico começaram quando eles ameaçaram os populares e os usaram como cordão humano durante a ação. Além disso, os bandidos começaram a atirar contra os pneus e a lataria de carros que passavam pela praça, para obrigar as pessoas a sair dos veículos e se juntar ao cordão humano.

Enquanto vários assaltantes ficaram na rua, atirando até para contra prédios quando alguém aparecia na janela, outros entraram nas duas agências e explodiram os caixas eletrônicos. Segundo testemunhas, foram ouvidas de quatro a seis explosões, que foram sentidas pelos moradores a quadras de distância.

Em 2013, três assaltantes foram mortos após assalto a banco em Lavras do Sul

Durante a ação, um carro da quadrilha ficou de campana em frente ao quartel da Brigada Militar para monitorar a ação dos policiais.Depois de toda a ação, os assaltantes escolheram duas jovens para serem levadas como reféns. Elas foram colocadas em um dos carros com cinco ladrões. Segundo uma delas, desde o início do assalto até ser solta, ela ficou cerca de uma hora em posse dos assaltantes. A jovem conta que ela e o namorado estavam passeando de carro pelo Centro, quando foram surpreendidos pelos ladrões na rua, por volta da 1h.

Reprodução / Reprodução
Câmera de um dos bancos registrou o momento em que assaltantes colocavam explosivos

– Vimos um cara armado, que fez sinal. A gente achou que era para seguir, e meu namorado avançou com o carro. Daí, o cara atirou contra o carro. Ele já estava com uma refém embaixo do braço. Descemos e eles nos mandaram ir para o cordão humano, que já estava sendo formado. Foi muito pânico. No início, ninguém sabia o que estava acontecendo – conta.

Germano Rorato / Agencia RBS

A refém conta que ela e outra jovem foram escolhidas para servirem de proteção aos bandidos durante a fuga. Em outro veículo, dois assaltantes ficaram para fora, no teto solar, e atiravam para o alto durante a fuga da cidade. Segundo ela, no caminho até Caçapava do Sul, elas não foram agredidas nem tiveram armas apontadas para elas.

Germano Rorato / Agencia RBS
Assaltantes atiraram contra lataria e pneus dos carros para obrigar pessoas a descerem e formarem um cordão humano

– Disseram que não era para a gente se preocupar, pois não queriam ferir ninguém. Era só como segurança e que iriam nos libertar. Não nos apontaram armas e foram educados – relatou.

Elas foram soltas perto de um posto de combustível, entre São Sepé e Caçapava, e foram até o estabelecimento, onde conseguiram um celular emprestado para avisar as famílias de que estavam bem e de onde havia sido libertadas.

– Eu tentei me manter calma – conta a jovem.

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Reprodução / Reprodução
Câmeras de segurança filmaram um dos assaltantes que portava um fuzil

Durante o assalto, pelo menos três pessoas ficaram feridas, mas nenhuma corre risco de morrer. Um policial militar levou dois tiros nas pernas. Um dos projetis ficou alojado perto do fêmur, e ele foi levado para o Hospital de Caridade de Santa Maria onde deve passar por cirurgia. Já um homem que estava num trailer de lanches levou um tiro no braço esquerdo, teve fratura do osso e foi levado ao Hospital Universitário de Santa Maria para ser operado. O outro ferido é um policial civil, que foi atingido por estilhaços.

Brigada Militar, BOE, Polícia Civil e polícias rodoviárias foram acionadas para tentar fazer barreiras e procurar pelos assaltantes. Até o helicóptero da Polícia Civil foi a São Sepé e está sendo usados nas buscas.

Germano Rorato / Agencia RBS
Tiros de fuzil disparados pelos assaltantes atingiram prédios



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