Notícias



Dicas

Celular no trabalho pode causar demissão. Veja como evitar problemas

Ficar no celular durante o expediente pode trazer conflitos com os gestores

22/02/2017 - 12h00min

Atualizada em: 22/02/2017 - 12h34min


Bom senso é a palavra de ordem ao definir como usar o celular no trabalho. A recomendação pode parecer óbvia, mas se pensar bem, todo mundo consegue lembrar de algum colega, amigo ou familiar que não sai do WhatsApp nem nos momentos de lazer. O que para de jantar para responder uma mensagem, compartilhar aquela corrente impossível, dorme e acorda com as mãos no celular. Tem quem reproduza o mesmo comportamento no trabalho e isso pode causar problemas.

Claro que muitas funções não podem ser realizadas ao mesmo tempo que ficar no WhatsApp. Motoristas e operadores de máquinas pesadas, por exemplo, colocam a vida de outras pessoas em risco ao priorizar o celular no lugar do trabalho, por desviar a atenção. Em colocações menos perigosas, mandar aquele áudio no grupo da família no meio da reunião com os clientes ou até atrasar tarefas para ver aquele vídeo de cachorrinho que apareceu na timeline pode causar perda da produtividade e não ser bem visto pelos chefes e gestores.

Leia mais
76% dos jovens querem ter o próprio negócio
Diminui o índice de satisfação dos brasileiros no trabalho

Há empresas que proíbem o uso do celular pelas mais diversas razões, em profissões que exigem muita atenção ou até para evitar espionagem industrial, alerta o advogado Guilherme Neuenschwander, especialista em direito e processos do trabalho.

– Muitos não proíbem, mas esperam dos empregados que cuidem a utilização de forma razoável. Através do regulamento interno é possível limitar ou proibir o uso.

Neuenschwander, que elabora tese de mestrado sobre a relação do empregador com a tecnologia no ambiente de trabalho, esclarece que caso não haja expressamente escrito que é proibido, o que vale nessa instância é a lei trabalhista, que tem a possibilidade de aplicar medidas coercitivas no ambiente de trabalho quando houver abuso de direito. A chave é não deixar o celular atrapalhar a produtividade. Você foi contratado para exercer tarefas específicas e precisa cumpri-las.

Caso a situação chegue ao extremo, é possível sim que o uso indevido do celular no horário de trabalho gere uma demissão.

– Desde que o uso seja abusivo, é passível de justa causa, por descumprimento do contrato de trabalho. Se o empregado se sentir injustiçado por uma demissão ou advertência, deve procurar a Justiça do Trabalho para questionar a validade da penalidade que lhe foi imposta – aconselha Neuenschwander.

Para evitar um constrangimento ou até a perda do emprego, veja as dicas do presidente da ABRH-RS e gerente de recursos humanos do Senac-RS, Orian Kubaski:

– Determine horários: para quem não desgruda do celular, uma boa tática para manter a disciplina é escolher de quanto em quanto tempo responder àquela mensagem do WhatsApp. Pode ser uma vez de manhã e uma de tarde, uma vez no horário de almoço, de duas em duas horas, você escolhe - desde que não atrapalhe o trabalho.

– Se informe das regras: em empresas de médio e grande porte é corriqueira a existência de códigos de conduta, regulamentos, regras do local, onde está estabelecido como proceder em relação ao celular. Para empresas que não tem definido, procure saber como a empresa se posiciona sobre o assunto.

– Negocie com seu chefe: caso não existam regras escritas, converse, pergunte que uso é razoável sem comprometer o desempenho, se existe um regulamento do qual você não saiba.

– Não deixe o celular atrapalhar o trabalho: para manter a produtividade e entregar as tarefas para as quais você foi contratado, elas são prioridade no horário de trabalho. Por isso, o equilíbrio é usar o celular, desde que nenhuma das suas atividades sejam ignoradas em prol do celular.

Leia as últimas notícias


* Produção: Camilla Pereira


MAIS SOBRE

Últimas Notícias