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Água com gosto e cheiro

Primeiros exames em amostras coletadas na casa de pessoas que passaram mal após consumo de água dão negativo

Dmae informou que foi descartada a presença de coliformes totais e Escherichia coli em amostras coletadas em duas casas na Capital

28/02/2017 - 17h14min

Atualizada em: 28/02/2017 - 19h35min


Roberta Schuler
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Viviane tem receio de oferecer o líquido às filhas

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) recebeu no final da tarde desta terça-feira o resultado dos primeiros exames realizados em amostras de água coletadas em duas residências de pessoas da Capital que relataram problemas digestivos após o consumo de água. Desde o dia 20 de fevereiro, a prefeitura tem recebido uma média de 20 reclamações diárias pelo telefone 156. As queixas referem-se a gosto e cheiro ou cor alterada e turbidez da água.

Foi considerada negativa (zero) a presença de coliformes totais e Escherichia coli (a presença desta bactéria na água se deve à contaminação com fezes). Nesta quarta-feira, deve sair o resultado dos testes que apontarão se havia bactérias heterotróficas (que alimentam-se principalmente da matéria orgânica, que conseguem decompondo organismos mortos) na água. Na última segunda-feira, o Dmae coletou amostras de água em duas casas dos bairros São Geraldo e Rubem Berta, cujos moradores relataram problemas digestivos após o consumo. As queixas chegaram ao departamento por meio do Twitter.

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Com temperaturas superando a marca de 30ºC, abrir a torneira e receber uma água turva, com mau cheiro ou gosto ruim, tem sido uma desagradável rotina para moradores de diversos bairros de Porto Alegre.

– Eu percebi que há uma semana a água está com gosto ruim. Mesmo fervendo não sai o gosto de terra. A qualidade da nossa água deveria ser melhor – comentou a cuidadora de idosos Viviane Mohr da Costa, 41 anos, do Bairro Partenon.

Mesmo sabendo que a água está potável – em nota divulgada na segunda-feira, o Dmae informou que a água da Capital segue dentro do padrão de potabilidade estabelecido pela portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde – Viviane tem medo de oferecer o líquido às filhas Vanessa, um ano e sete meses, e Lara, dez anos.

– Eles falam que não tem problema, mas tenho medo de dar e depois elas terem diarreia ou uma alergia – contou a moradora que está tendo uma despesa extra com água mineral.

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O policial militar Sandro Scheffer, 47 anos, também morador do Bairro Partenon, foi um dos consumidores que entrou em contato com o Dmae para relatar problemas com a água. Na avaliação dele, o cheiro de cloro tem se destacado na água, assim como a turbidez.

– Eu sinto o gosto principalmente no café. A gente paga para ter uma água de qualidade, mas não está tendo – reclama o morador que optou por comprar um filtro de barro para amenizar o problema.

Sandro nota cheiro forte de cloro na água

Estoque esgotado

Até o momento, o problema não parece ter relação com algas no Guaíba, conforme o Dmae. Essas alterações podem estar relacionadas ao período de verão e de estiagem, o que altera as condições do Guaíba.

O diretor-geral interino do Dmae, Rafael Zaneti, disse que foi feita a limpeza de dez locais da rede na segunda-feira, mas que não foi encontrado nenhum aspecto que apontasse para as causas do problema relatado pela população. Habitualmente, o departamento faz testes na água em 20 pontos de coleta da rede – que avaliam cor, PH, Escherichia coli, teor de cloro, entre outras condições _ e, até o momento, não apareceram alterações.

Procura por água mineral aumentou no mercado de Rosângela

– Faz duas semanas que enchi uma garrada de água para gelar e a cor estava marrom. Hoje está bem turva – observou a comerciante Rosângela Dias, 48 anos, do Bairro Partenon, que chegou a ter esgotado o estoque de água mineral de seu comércio por conta da procura pelos vizinhos.



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