Notícias



Longe da folia

Sem poder ir à Avenida, casal fanático pelo Carnaval conta como passará o feriadão

Adiamento dos desfiles das escolas de samba de Porto Alegre fez dupla de bambistas modificar sua rotina para a festa de Momo 

24/02/2017 - 07h00min

Atualizada em: 24/02/2017 - 09h09min


Roberta Schuler
Enviar E-mail
Nilson e Solange: sobrou o sofá

Em anos anteriores, nesta época, a casa do aposentado Nilson José Nunes,
66 anos, e da esposa, a dona de casa Solange dos Santos Nunes, 62 anos, no Bairro Agronomia, na Capital, vivia a efervescência dos preparativos para o Carnaval.

Bambistas apaixonados, curtiam a chegada das fantasias dos filhos, que foram ritmistas da Bambas da Orgia, frequentavam os ensaios e se preparavam para a maratona de desfiles no Sambódromo do Porto Seco. Com a alteração da data das apresentações das escolas de samba, devido à crise financeira, estão desapontados.

O roteiro dos bailes de Carnaval infantis e adultos na Capital

Confira o que abre e o que fecha durante o Carnaval em Porto Alegre

Carnaval terá tempo firme e temperaturas altas no Estado

Confira a programação do Carnaval de rua de Porto Alegre

– É muito estranho. Carnaval fora de época não cola para mim. Não sei como vai ser (o feriadão), mas vai ser triste – lamenta Nilson.

Bambistas de carteirinha

A empolgação com os desfiles era tanta, que a família participava de uma saudável competição com outra turma igualmente apaixonada pelo Carnaval, mas torcedora da Imperadores do Samba: eles disputavam para ver quem compraria o primeiro ingresso para os desfiles.

Para garantir esse feito, Solange conta que costumava ir para frente do Ginásio Tesourinha (e depois para o Centro Municipal de Cultura) três dias antes do início das vendas.

– A gente ia antes porque gostava da diversão. Durante três anos, fui a primeira a comprar ingressos – conta Solange.

Por conta do receio da violência, as madrugadas na fila por ingresso deixaram de existir. Mas a ida com antecedência para o Sambódromo permaneceu, até para garantir o melhor lugar nas arquibancadas, bem pertinho do recuo da bateria.

– A gente levava galinha com farofa, sanduíche, pastel, bolinho. Era aquela torcida toda. Fiquei chateada de não ter desfile agora. Cadê o nosso Carnaval? _ reclama Solange.

Folia vai ser no sofá

Vai ser no sofá de casa que o casal – que ostenta 43 anos de casados, uma relação que inclusive teve início na quadra da Bambas da Orgia – vai assistir pela tevê o pulsar das baterias das escolas paulistas e cariocas. Os filhos estão no Rio de Janeiro.

– A gente se prepara, faz tira-gosto e até brinda – diverte-se Solange, que é portelense de coração. Embora se sinta magoado e aborrecido com a atual situação do Carnaval de Porto Alegre, quando chegar a data dos desfiles das escolas de samba da Capital, Nilson estará no Porto Seco com a família, apoiando a Azul-e-Branco:

– A gente vai para ver a nossa escola. Tenho mais alegrias que tristezas e continuo com a mesma emoção, como se saísse pela primeira vez na Bambas da Orgia.



MAIS SOBRE

Últimas Notícias