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Seu Problema é Nosso

Após levar um tiro, adolescente de Gravataí aguarda há 20 dias por cirurgia de risco para retirada da bala

Pablo precisa ser transferido para um hospital de Porto Alegre para passar pela operação de alta complexidade 

02/03/2017 - 08h03min

Atualizada em: 02/03/2017 - 08h09min


Há 20 dias, o estudante do segundo ano do ensino médio Pablo da Silva Weide, 17 anos, morador de Gravataí, aguarda por uma transferência para um hospital de Porto Alegre. Ele precisa passar por uma cirurgia de alta complexidade para a retirada de uma bala que está alojada entre seu crânio e sua coluna cervical.

Pablo foi internado no Hospital Dom João Becker, em Gravataí, após levar um tiro perto de uma lancheria. A irmã, a tia e uma amiga foram assediadas por um grupo de rapazes que estavam em um carro, e Pablo e o tio foram defender as meninas. Nisso, um dos integrantes do veículo sacou uma arma e efetuou disparos – um deles atingiu a boca do adolescente.

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O jovem recebeu os primeiros socorros no hospital Dom João Becker e, durante os procedimentos, a equipe médica descobriu que o projétil se alojou na parte de trás da cabeça, próximo à coluna. Ele precisa de uma operação de alto risco para a retirada da bala.

Pablo antes de levar o tiro

Na Justiça

Conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Gravataí, o hospital solicitou a transferência de Pablo e pediu ajuda para o órgão, que também reforçou o pedido. Entretanto, até o momento, ele não foi chamado pela regulação. A direção do Dom João Becker informou que o hospital não tem habilitação para realizar o procedimento de alta complexidade que Pablo precisa pelo Sus e que já seguiu o protocolo de pedido de transferência junto a Central de Leitos do Estado.

Preocupada com a saúde do filho, a dona de casa Cíntia Ramires da Silva, 37 anos, entrou com ação na Justiça no dia 24 de fevereiro, solicitando a cirurgia pelo Sus de forma urgente.

– A juíza deu 24 horas para ele ser transferido para um hospital em Porto Alegre (São Lucas da Puc-RS, Clínicas ou Santa Casa), mas a liminar não foi cumprida. Não sabemos mais a quem recorrer, ele já foi e voltou da UTI duas vezes porque teve hemorragia. A vida dele depende dessa cirurgia – desabafa Cíntia.

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Responsabilidade é de Porto Alegre

A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde informou que o paciente não está cadastrado na Central de Regulação Hospitalar do Estado. Segundo o órgão, os leitos dos hospitais da Capital estão sob a gestão da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre, e o Estado não tem poder sobre essas vagas.

Após contato da reportagem na tarde de quarta-feira, a SMS da Capital informou que o caso de Pablo está sendo priorizado na regulação municipal de leitos. Entretanto, não existe uma previsão para a transferência. O órgão garantiu que aguarda a liberação de uma vaga na Santa Casa.



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