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Seu Problema é Nosso

Demora para fazer exame adia cirurgia para morador de São Leopoldo

Vítima de um acidente de trabalho em 2011, Dilson Alves convive com as sequelas da fatalidade e a falta de vagas para atendimento no Sus

26/04/2017 - 15h51min

Atualizada em: 26/04/2017 - 15h53min


Dilson precisa usar muletas para caminhar

O montador desempregado Dilson Alves Soares, 56 anos, sofre até hoje com as consequências de um acidente de trabalho ocorrido em 2011. Atualmente, o morador do Centro de São Leopoldo necessita de uma cirurgia para retirada de uma hérnia que surgiu em seu abdômen após o problema.

Sua esposa, a cuidadora Maria Iraci Ferreira, 56 anos, não sabe mais onde buscar ajuda para o marido. Segundo ela, para a realização da cirurgia, Dilson deve antes fazer um eletrocardiograma. Depois, o cardiologista fornecerá um laudo que será encaminhado para o Centro Médico Capilé, onde Dilson se trata. Em seguida, um pedido para realização da cirurgia será enviado à Secretaria de Saúde do munícipio, para que então o procedimento seja agendado. Mas nada disso é viável se não for realizado o eletro.

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– Já busquei ajuda na prefeitura, na secretaria e na central de agendamento de consultas. Mas só sabem me dizer que não há vaga para fazer o exame, que o Sus não tem mais fichas – explica Maria Iraci.

A cuidadora foi informada, durante uma das tentativas de agendamento, de que o procedimento não poderia ser agendado por falta de repasses da prefeitura de São Leopoldo à instituição Cardiologia e Imagenologia Médica ( Cime), responsável pelos exames.

Acidente

Em 2011, enquanto trabalhava como montador em trilhos de trem, Dilson teve a perna direita pressionada por uma máquina que pesava cerca de oito toneladas. Com o acidente, a circulação de sangue no membro ficou comprometida, e o quadro piorou com o tempo.

Hoje, Dilson tem apenas 30% de irrigação sanguínea no lado direito do corpo e sofre com problemas cardíacos, como a angina. Em 2014, a família já havia buscado o Diário Gaúcho.

Na época, o montador precisava passar por um cateterismo para desobstruir algumas veias e artérias. A cirurgia não foi feita sob a justificativa de que representaria um risco para a vida dele.

Prefeitura está mudando prestador de serviços de saúde

O secretário de saúde de São Leopoldo, Fábio Bernardo, explicou que não há falta de repasses para o Cime. A instituição ocupava um espaço no Hospital Centenário e realizava alguns exames, mas o contrato foi encerrado.

Agora, a prefeitura irá contar com um novo prestador de serviços para realização desses procedimentos, a empresa de gestão em saúde W Sinos. A expectativa é de que os agendamentos sejam regularizados entre esta e a próxima semana.

Não há um prazo para a realização do eletrocardiograma de Dilson. A orientação é que, com a reabertura dos agendamentos, ele procure a unidade médica do seu bairro para marcar o exame.

Em busca de uma melhora no atendimento por especialistas, o secretário de saúde informou ainda que serão contratados mais três cardiologistas para reforçar o Centro Médico Capilé, onde Dilson recebe seus cuidados. Atualmente, apenas um especialista atua no local.

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