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No Dia das Mães, Guaíba celebra a mãe de Jesus

Festa de Nossa Senhora do Livramento marcou os 160 anos de criação da paróquia mais antiga da cidade

14/05/2017 - 15h59min

Atualizada em: 14/05/2017 - 15h59min


Missa solene fez parte das comemorações, que se estenderam por todo o dia


Em Guaíba, o Dia das Mães tradicionalmente se confunde com a festa de Nossa Senhora do Livramento, a padroeira local.

Não foi diferente ontem, quando centenas de famílias estiveram na matriz do município para celebrar suas mães e também a mãe de Jesus Cristo. Os festejos marcaram os 160 anos da Paróquia Nossa Senhora do Livramento, a mais antiga da cidade.

– Já se tentou mudar a festa para outra data que não fosse o Dias das Mães, mas o povo não quis. É uma tradição, e Maria é a mãe maior – afirma o paroquiano Nilson Barbosa, 64 anos.

Nilson e a mulher, Neusa Barbosa, 57 anos, foram os coordenadores da edição de 2017 da festa, o que significa que estão envolvidos nos preparativos desde outubro passado. Nos últimos dias, estiveram à frente de um esforço que permitiu a confecção, por voluntários, de 17 mil docinhos e 28 bolos. O dinheiro obtido ontem com a venda das guloseimas, junto com o que foi arrecadado com o bufê, o churrasco, sorteios e outras atividades, será direcionado a obras sociais.

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Natural de Guaíba, Neusa participa da festa desde a infância. Lembra que as crianças esperavam com ansiedade pelo segundo domingo de maio, quando até um parque de diversões era montado na frente do templo, com roda-gigante e tudo mais. Ela foi batizada e se casou na paróquia.

– Antes eu vinha para brincar. Agora é para trabalhar. Mas nunca falto – diz ela.

Uma das mulheres que passaria a festa do Dia das Mães na paróquia, almoçando com os filhos – Rafaela, 37 anos, Maurício, 30 anos, e Juliana, 29 anos – era a dona de casa Sílvia Marly de Mattos Cruz, 56 anos. Originária do Paraná, ela se mudou para Guaíba com o marido (morto recentemente) em 1982. Ligou-se à paróquia e tornou-se uma entusiasta dos festejos.

– Essa festa era nossa vida, minha e de meu marido – conta.

Sílvia confia em uma das tradições do evento, que consiste em, todas as noites, durante a novena que antecede a festa, dar um nó na fita atada a uma medalhinha de Nossa Senhora do Livramento. Ela diz que, nesse momento, deve-se fazer um pedido à santa.

O padre Valdemiro Schäfer, pároco desde janeiro do ano passado, não conhecia a festa até ser transferido para Guaíba. Ficou impressionado com o quanto ela é tradicional e mobiliza a comunidade.

– É uma festa diferente, que dura toda a novena. A devoção a Nossa Senhora do Livramento aqui é muito antiga – afirma o padre.

A origem da devoção

Segundo se conta, no final do século XVI um fidalgo português foi preso a mando do rei de Espanha, por não reconhecer a soberania do monarca castelhano sobre Portugal. A mulher do prisioneiro resolveu rezar a Nossa Senhora, para que protegesse o marido. A santa teria aparecido em sonho a ela durante nove noites consecutivas e teria prometido a libertação do fidalgo – o que de fato aconteceu. Por causa disso, ganhou a designação de Nossa Senhora do Livramento.

A devoção à santa teria chegado ao Brasil no século XVII. Em 1857 foi estabelecida, em Guaíba, a Paróquia Nossa Senhora do Livramento.


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