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Recuperação da cobertura do Terminal Triângulo, na Capital, segue sem data para começar

Desde dezembro de 2014, 20 mil pessoas que usam 57 linhas urbanas e 200 metropolitanas esperam pelos coletivos em terminal repleto de problemas

09/05/2017 - 10h00min

Atualizada em: 09/05/2017 - 10h01min


Roberta Schuler
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Um ano depois da última incursão da reportagem do Diário Gaúcho pelo Terminal Triângulo, na zona norte de Porto Alegre – que localizou sete problemas naquele que é o segundo terminal mais movimentado da Capital – o cenário permanece inalterado. A falta de cobertura – arrancada pela força do vento em dezembro de 2014 – a insegurança e os elevadores fora de operação seguem atrapalhando a vida de 20 mil pessoas que utilizam 57 linhas urbanas e 200 metropolitanas.

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– O maior problema é a falta de segurança. Depois das 17h, é melhor passar pelo meio dos carros (na movimentada Avenida Assis Brasil) do que por aqui – observa o aposentado Jorge Antônio Ifarraguirre, 60 anos.

Jorge destaca também a precariedade dos elevadores. No dia 3 de maio, a reportagem encontrou dois dos quatro elevadores fora de serviço: os números três e quatro. O quatro, a partir do qual é possível acessar a Avenida Assis Brasil, próximo a um supermercado, é o mais problemático.

– Os idosos que não conseguem subir as escadas perguntam pelo elevador seguidamente. Já vi gente gemendo para conseguir descer e já ajudei a chegar lá (no terminal) – conta a ambulante Loila Maria Prestes, 56 anos, que há três meses vende meias, e outros produtos na entrada do terminal.

À noite, em frente ao elevador número quatro que está fechado há pelo menos um ano, usuários relatam que há um ponto de tráfico e prostituição, o que afugentaria ainda mais os passageiros que precisam utilizar o terminal. Além disso, há falta de limpeza no local e cheiro forte de urina.

No túnel de acesso à plataforma, a iluminação insuficiente torna o percurso mais inseguro. As pichações, que tomam conta das paredes e se estendem pelas placas de sinalização, completam o quadro de abandono.

Ao chegar à plataforma o usuário já avista o principal problema: a falta de cobertura em boa parte do Triângulo, que obriga os passageiros a esperarem pelos coletivos ao relento. Em dias de chuva, é complicado encontrar abrigo.

– Está há mais de dois anos sem cobertura. Todas as paradas estão desabrigadas – relata o segurança Carlos Alberto Nogueira Nectoux, 61 anos.

Carlos também pontua o problema da falta de segurança. Pela manhã, na parte subterrânea do terminal, a reportagem não localizou nenhum segurança. O Triângulo existe desde 2005 e tem atendimento regular a partir das 4h40min em dias úteis. Como há linhas corujões e madrugadões, funciona 24 horas.

Sem previsão para cobertura

O gerente de transportes da EPTC, Luis Cláudio Ribeiro, explica que, no ano passado, a primeira licitação não houve interessados. Na republicação do edital, duas empresas participaram e uma foi a vencedora – a obra estava orçada em R$ 1,2 milhões. A assinatura do contrato estava prevista para o final de setembro. No entanto, a empresa utilizou o prazo máximo para adiar a assinatura e, ao final do período, manifestou a falta de interesse em fazer a obra alegando a conjuntura econômica.

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O governo atual optou por não publicar um novo edital por falta de recursos. Luis Cláudio explica que está em fase de debates e estudos um novo modelo para gestão do terminal (e outros equipamentos públicos), entre as possibilidades estão concessão pública, parceria público privada, por exemplo. Isso permitiria manutenção de maior envergadura.O gerente de transportes lembra que o projeto original do Terminal Triângulo não contemplava a cobertura completa, que foi colocada em 2012.

Solução dos demais problemas

Em relação aos elevadores, a EPTC explica que o elevador três está em manutenção e deve voltar a funcionar até o final de semana. Já o conserto do elevador de número quatro está sendo realizado orçamento – o dano é considerado muito elevado, em razão do vandalismo.Sobre as placas danificadas, a EPTC garante que vai fazer uma vistoria no local e verificar a possibilidade de substituir as placas existentes.

Já o ponto com o calçamento quebrado no terminal a EPTC explica que trata-se de uma galeria que cedeu. Funcionários da prefeitura já estão trabalhando no local.

Em relação à segurança, a EPTC informa que existe segurança privada no terminal, que atua das 19h às 7h. Já em resposta à queixa de pichações, afirma que o terminal já foi totalmente repintado, mas as pichações retornaram, em razão do vandalismo. Um convênio com a Secretaria Municipal de Cultura foi realizado para implantar grafites no local – para evitar o vandalismo e o alto gasto do poder público. Uma nova pintura está atrelada a manutenção geral do terminal.

Por fim, a respeito da iluminação, a EPTC diz que é trocada com frequência. A ampliação da iluminação existente está atrelada a manutenção geral do terminal.



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