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Escassez do gás de cozinha nas revendas já é sentida pelo consumidor

Revendas pesquisadas pela reportagem nesta terça-feira conseguem atender ao consumidor, mas a espera pelo produto pode demorar na telentrega. Confira também dicas para manter botijões em casa

27/06/2017 - 20h00min

Atualizada em: 27/06/2017 - 20h01min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Em revenda na Osvaldo, há muitos botijões vazios à espera de recarga de gás

As revendas de gás de cozinha da Capital estão tensas, e os consumidores podem começar a descobrir na prática o motivo. É que elas não conseguem manter os estoques no volume ideal. Algumas já chegaram a ficar sem um único botijão de 13kg para vender. O problema é a escassez do produto nas companhias que realizam a distribuição, que não conseguem o combustível junto à refinaria, em Canoas.

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Para o Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral no Estado do Rio Grande do Sul (Singasul), a causa ainda é um mistério.

– A Petrobras pode até dizer que não há problema. Só que a produção não está atendendo as necessidades do momento. Está faltando gás no mercado. Existe desabastecimento em alguns lugares mais do que em outros – diz o presidente do Singasul, Ronaldo Tonet.

Caminhões chegam a passar a noite em Canoas, junto às distribuidoras, para garantir a carga. E não estão levando para os postos de venda a quantidade desejada. Na média, as revendas estão conseguindo apenas metade do desejado.

Agendamento

A tendência é de que, seguindo o problema, o preço do gás suba nos próximos dias. O último reajuste da Petrobras, em 8 de junho, representou aumento médio de 2,2% aos consumidores, cerca de R$ 1,25 por botijão. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço se mantém estável na Capital, com média de R$ 60,57. Nas duas semanas anteriores, os valores foram de R$ 59,78 e R$ 60,23.

No consumidor final, o problema ainda não chegou a bater na porta com força. A reportagem entrou em contato nesta terça-feira (27) com 20 revendas nas quatro regiões da Capital. O consumidor não ficaria sem o produto em nenhuma delas. E aumento de preço, quando houve, foi por causa do reajuste da Petrobras no começo do mês. As revendas maiores, com estoque robusto, mantinham inalteradas as entregas a domicílio e as vendas no local. Estabelecimentos menores reconheciam sentir o racionamento e tiveram transtornos.

Em uma revenda localizada na Avenida Osvaldo Aranha, Bairro Bom Fim, por exemplo, o pedido diário é de 60 botijões, mas nem sempre é o que chega de Canoas. Na terça-feira da semana passada, as portas foram fechadas duas horas mais cedo porque não havia mais botijões para vender. Agendamentos já viraram rotina e quem deixou faltar o gás no meio do almoço pode ter de esperar até a tarde ou o dia seguinte.

– Quem tem botijão reserva aceita, mas quem precisa na hora acaba ligando em outro lugar – conta a gerente Elisandra Rodrigues, 38 anos.

– Nesta semana, melhorou (a entrega do gás). Mas até a semana passada, conseguíamos somente 30% ou 40% da carga normal da distribuidora. Sentimos aumento da demanda por telentrega depois que o problema foi divulgado – completa Tiago Rafael Pinto, 33, gerente de uma revenda no Bairro Bom Jesus.

Petrobras nega problemas

Até a o final da tarde de ontem, a Petrobras não havia respondido sobre o possível racionamento em Canoas. Em nota divulgada na segunda feira, a empresa informou que as entregas de GLP em Canoas "estão normais e que está cumprindo a cota de entrega programada, para o mês, junto aos seus clientes". Disse ainda que a informação sobre uma possível contaminação do produto na refinaria não procede.

Em nota, a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR) destaca que o fechamento de um terminal em São Paulo é um dos motivos para o possível desabastecimento de gás de cozinha no país. Outra explicação para o problema seria a falta de matéria-prima para fazer o GLP, cujos principais componentes são os gases butano e propano. Segundo um grande revendedor do Rio Grande do Sul, distribuidoras afirmam que a Petrobras vendeu parte do propano que usaria para fazer o gás de cozinha, o que estaria provocando a falta do produto no Estado e em outras partes do país.

Dicas de segurança com botijões reservas em casa

Para quem ficou com preocupado com uma possível falta do gás de cozinha e pretende comprar botijões reservas para manter em casa, é preciso ter cuidados com a segurança e com o bolso – o custo de um botijão com a recarga ultrapassa R$ 200. Confira as dicas do major Alexandre Bittencourt, comandante do 7º Batalhão de Bombeiros Militares de Passo Fundo, e da Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, para manter a sua casa segura.

- Não armazene o botijão de gás em lugares fechados (como armários de cozinha), preferindo armazená-lo do lado de fora da cozinha em local arejado, coberto e protegido.
- Armazene o botijão a uma distância mínima de 1,50m de tomadas, interruptores, instalações elétricas, ralos ou grelhas de escoamento de água.
- Ao usar fogões com acendimento tradicional, acenda primeiro o fósforo e, depois, libere o gás. Caso tenha acendimento elétrico e não tenha funcionado, interrompa o fornecimento de gás para acender manualmente depois.
- Se sentir o cheiro de gás, não acione interruptores de energia nem acenda fósforos ou isqueiros. Abra portas e janelas para arejar o local.
- Para testar se há vazamentos, faça a prova do sabão: passe espuma de sabão na ligação entre a válvula e o registro. Se surgirem bolhas, é sinal de vazamento.
- Frequentemente, mangueiras ficam por trás do fogão e podem deteriorar mais rapidamente em função do calor, causando uma dilatação extrema da mangueira. Não faça extensões na mangueira de gás e evite juntar várias delas.
- Se encontrar resistência ao instalar a válvula, há algo errado. Não é necessário forçar a colocação das válvulas.
- Recuse botijões sem o lacre da distribuidora na válvula, muito amassados, enferrujados e com as alças soltas.
- Deixe o botijão sempre na posição vertical, nunca deitado.


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