Notícias



DG Ajuda Você

Bom momento para sair do vermelho: veja 8 passos para organizar as contas

Confira os passos que você deve seguir para colocar as contas em dia e quitar as dívidas

19/10/2017 - 17h51min

Atualizada em: 19/10/2017 - 17h51min


Erik Farina
Erik Farina
Enviar E-mail
Jefferson Botega / Agencia RBS

A gradativa queda na Taxa Básica de Juros (Selic) e a retomada do emprego criam um ambiente favorável para renegociação de dívidas em atraso. Conforme educadores financeiros, as empresas e os bancos têm sido mais flexíveis com as condições de pagamento apresentadas por clientes inadimplentes, no interesse de aproveitar a "brecha" na crise e eliminar de vez o débito. Conforme a pesquisa de inadimplência mais recente da Serasa Experian, 60,4 milhões de brasileiros tinham contas em atraso em agosto deste ano. Em Porto Alegre, havia 454 mil inadimplentes.

– Muitas empresas percebem que é melhor receber um pouco do que nada, então, têm dado condições mais favoráveis às propostas de pagamento dos clientes – afirma a educadora financeira Camila Bavaresco.

Outro fator que estimula o acerto de contas é a portabilidade entre os bancos – ou seja, levar um crédito para outro banco, buscando condições de juros menores. Para buscar a condição mais vantajosa, o cliente deve pesquisar uma instituição que cobre juro mais baixo ou alongue o prazo de pagamento. Se o novo banco topar receber a dívida, a própria instituição irá comunicar a atual portadora do débito. Conforme o Banco Central, foram executados mais de 200 mil processos de portabilidade no país no mês de agosto, o dobro do que foi registrado no mesmo período em 2016. 

– Os bancos abriram concorrência para receber a dívida de consumidores, e o resultado são condições mais facilitadas para o pagamento – afirma Camila. 

O tamanho do problema

Ela destaca, por outro lado, que consumidores com dívidas em atraso que já tenham sido inscritas em cadastros de negativação de crédito, dificilmente conseguirão fechar com um banco acordo de portabilidade. Independentemente do caminho tomado para renegociar a dívida, o planejamento deve vir em primeiro lugar, conforme o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos. É preciso organizar as contas em atraso, priorizar as mais caras e, então, preparar o orçamento para começar a colocá-las em dia. 

– É fundamental ter ciência da real situação financeira em que a pessoa se encontra. É preciso saber exatamente quais são as dívidas que possui, o valor de cada uma e as condições de pagamento, por exemplo, e então partir para renegociação – afirma Domingos. 

O casal Marcelo Azevedo Pires, 36 anos, e Gislaine Pires, 37 anos, fez as contas e decidiu eliminar as dívidas. Na quinta-feira, eles procuraram um serviço de cadastro de inadimplentes para saber para quem deviam e quanto. Marcelo descobriu que uma dívida com o banco em razão de taxas de manutenção de uma conta parada há seis meses chegava a R$ 228.

– Vou tentar pagar à vista para conseguir um desconto. Se ficar em aberto, o juro vai correr e vai ficar complicado – disse Marcelo, que é trabalhador da área da construção civil.

Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Marcelo descobriu dívida e vai pedir desconto para pagar

A esposa, atendente de uma farmácia, também quer se ver livre das contas atrasadas. Irá juntar dinheiro para renegociar um débito de quase R$ 700 com uma rede de móveis e eletrodomésticos, vencido há mais de um ano. 

– Com o nome sujo, a gente não consegue comprar nada. É uma complicação. 

Caminhos para consultar a situação do seu CPF:

No SerasaConsumidor, a pesquisa é gratuita e na hora por este site

No SCPC, o atendimento Atendimento presencial de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h, no Centro de Atendimento ao Consumidor da CDL Porto Alegre e SCPC: Rua Senhor dos Passos, 229.

8 passos para organizar as contas

1. Liste todas as suas dívidas em atraso, como cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, lojas, cheques sem fundos, condomínio e contas fixas como água, luz, internet, mensalidade escolar etc. Se tiver dúvidas das empresas para as quais esteja devendo, é possível obter a relação das contas em atraso junto aos serviços de cadastro de negativação de crédito.

2. Solicite ao credor dados detalhados da dívida como saldo devedor atualizado, encargos, total de parcelas pagas e faltantes, taxa de juros contratada e período de inadimplência. Essa informação deve ser dada presencialmente ou via Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das lojas e bancos. 

3. Organize, então, por ordem de prioridade. As primeiras a serem quitadas devem ser as que afastam o consumidor de serviços básicos _ como luz, telefone e água _ e o cartão de crédito e o cheque especial, com juros altíssimos e que fazem a dívida como um todo crescer sob efeito de bola de neve. Em seguida, devem vir as que o tenham encaminhado para cadastros negativos de consumidores como Serasa e SCPC. 

4. Veja em seu orçamento o quanto pode dispor por mês para pagar dívidas atrasadas _ e nesse caso vale a pena pegar dinheiro da poupança (cujo rendimento é bem mais baixo do que o juro da dívida), alguma renda extra que tenha surgido, como PIS/Pasep ou restituição de imposto de renda. Em alguns casos, vale a pena até vender o automóvel para se livrar logo da dívida em atraso. Outra dica é pegar um crédito consignado, que tem juros mais baixos, para quitar uma dívida com juro mais alto. 

5. Ao entrar novamente em contato com credores, peça descontos para quitação à vista dos débitos ou retomada dos pagamentos, explicando sua situação de dificuldade em pagar. A nova condição oferecida pelos bancos costuma ser de alongamento do número de parcelas ou abatimento de juros (está é a opção mais vantajosa). Nunca aceite a primeira proposta do credor, mesmo que ele diga que não tem alçada para negociar um valor mais baixo. Faça a sua contraproposta.

6. Quando for renegociar a dívida, esteja certo de que poderá pagar o que propôs. Não adianta renegociar e depois começar a dever de novo, pois pode piorar a situação. Uma nova dívida leva o nome para o cadastro de inadimplentes mais uma vez, impedindo de ter acesso a crédito, além de dificultar novas tentativas de renegociação.

7. Enquanto recoloca as contas em dia, peça o cancelamento do cartão de crédito e cheque especial até que consiga se equilibrar nas finanças. Também evite novos parcelamentos que possam corroer uma fatia generosa de seu salário. 

8. Depois que fizer os pagamentos em atraso, certifique-se de que seu nome foi excluído de cadastros negativos como Serasa e SCPC. Pelo Código de Defesa do Consumidor, o nome do cliente deve ser excluído do cadastro de devedores em até cinco dias úteis após ele ter regularizado sua situação. 

FONTES: educadora financeira Camila Bavaresco e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos


MAIS SOBRE

Últimas Notícias