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Seu problema é nosso

Menina aguarda por remoção de fixador externo em Viamão

Kauany fez a cirurgia em agosto de 2016. Em seguida, o médico que fez o procedimento foi dispensado, sendo substituído por outro profissional que não executa tal tipo de intervenção

01/11/2017 - 09h40min

Atualizada em: 01/11/2017 - 09h52min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
A menina sente fortes dores em função da demora para retirada do aparelho

Kauany Cardoso, cinco anos, convive com dores na perna esquerda e a possibilidade de infecções desde que colocou um fixador externo para controlar uma doença congênita, a neurofibromatose. Há um ano e dois meses, a menina passou por um procedimento para a colocação do fixador, que controlaria o desenvolvimento do problema de saúde. 

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A cirurgia, em 23 de agosto de 2016, foi feita no Hospital Universitário da Ulbra (HU). Em seguida, o médico que fez o procedimento foi dispensado, sendo substituído por outro profissional que não executa tal tipo de intervenção. De acordo com a mãe de Kauany, a vendedora desempregada Janaína Cardoso, 28 anos, a menina ficou sem atendimento. 

— A gente escuta que ninguém trabalha com esse tipo de fixador. Estou de um lado para o outro com ela, e ninguém faz nada. Preciso de ajuda! — diz a mãe, indignada. 

Quando em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Viamão, Kauany foi encaminhada para o Hospital Cristo Redentor e para o Clínicas, ambos na Capital, que, conforme orientação da prefeitura, poderiam remover o fixador. Entretanto, mãe e filha depararam com uma resposta já conhecida. 

— "Não fazemos esse tipo de serviço" — relembra Janaína. 

A doença 

O problema de Kauany causa tumores no cérebro, na medula espinhal e nos nervos. A mãe conta que a menina tem facilidade em quebrar os ossos. Por isso, houve a necessidade de colocar o fixador externo — que já deveria ter sido removido. 

— Ela chora de dor na perna esquerda — conta a mãe, com a voz embargada. 

Peregrinação sem previsão de solução 

A Secretaria de Saúde de Viamão encaminhou pedido do procedimento inicial de Kauany para a Secretaria Estadual de Saúde por meio do Sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon), usado para a regulação estadual.

A menina foi direcionada para o HU, que fez a cirurgia com um ortopedista especializado em pediatria. Quando Kauany voltou para avaliação pós- cirurgia, a família descobriu que o médico que a operou não mais atuava lá. 

Segundo o Gamp, empresa que administra o HU, o hospital não possui profissional capacitado para remover o equipamento de Kauany. Por isso, a demanda foi devolvida à prefeitura, que enviou a menina para o HCR, na Capital, para retirar o fixador. Porém, no HCR, novamente não pôde ser removido por falta de especialista. E a menina seguiu a peregrinação no Hospital São Lucas, que também não realizou a retirada do fixador, pelo mesmo motivo. 

Segundo a assessoria da prefeitura de Viamão, há um novo pedido de procedimento por meio do Gercon que aguarda liberação pela Secretaria Estadual de Saúde – a qual não tem previsão de quando Kauany irá finalmente passar pelo procedimento. 

*Produção: Eduarda Endler

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