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Seu problema é nosso

Morador de Alvorada espera por cirurgia desde 2015

Ele não caminha sem o auxílio de muletas e, devido à demora para fazer a operação — uma artroplastia total de quadril —, não consegue mais trabalhar

28/11/2017 - 09h55min

Atualizada em: 28/11/2017 - 10h04min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Osvaldo teme ficar paraplégico devido à demora

Em 30 de novembro de 2016, o Diário Gaúcho mostrou a história de Osvaldo Luis Souza de Lima, 44 anos, morador de Alvorada que aguarda desde junho de 2015 para colocar uma prótese no quadril.

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A cirurgia servirá para tratar artrose bilateral. Ele não caminha sem o auxílio de muletas e, devido à demora para fazer a operação — uma artroplastia total de quadril —, não consegue mais trabalhar.

— Talvez, nem mais a cirurgia resolva. No último raio- X, deu pra ver o tamanho do desgaste do osso. Agora, terei de colocar enxerto também. Isso se não ficar em uma cadeira de rodas para sempre — conta Osvaldo.

A artrose é uma doença que ataca as articulações. Os sintomas são dor, inchaço e limitação funcional. Apesar de poder atingir qualquer parte do corpo, ela afeta normalmente as articulações das mãos, da coluna, dos joelhos e dos quadris.

No início, Osvaldo foi tratado na Unidade Básica de Saúde PAM 8, de Alvorada. De lá, em 2015, foi encaminhado para cirurgia ortopédica no Hospital da Ulbra, em Canoas. Quase um ano se passou até que fosse chamado a fazer exames e consultas pré-operatórias:

— Já é a terceira vez que faço os exames, que valem por seis meses. Sempre dizem que vão me chamar, mas que não têm previsão, pois há muitas urgências na frente. 

Vida normal 

Agora, Osvaldo recebe um benefício do INSS, o qual teve que batalhar para conseguir. No começo da jornada para conseguir a cirurgia, ele recebeu por seis meses um auxílio. Porém, ao tentar renová- lo, teve o pedido negado, pois foi considerado apto para o trabalho. 

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Voltou a fazer bicos, mas, quando a dor ficou intensa, e os movimentos, comprometidos, entrou com processo na Justiça, já que não conseguia mais trabalhar. Em março, ganhou a causa. 

— Eu não quero dinheiro do INSS. Quero ficar bom e ter uma vida normal — desabafa. 

Não há previsão para procedimento ser realizado

O Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), gestor do Hospital Universitário de Canoas desde dezembro de 2016, informou que Osvaldo passou por avaliação médica em 28 de agosto deste ano e aguarda na fila devido ao elevado número de urgências que precisam ser priorizadas. 

Segundo o Gamp, em breve, Osvaldo será contatado para retornar ao ambulatório e, após, ser agendada a cirurgia. Concluiu dizendo que, para a operação, serão necessários um cirurgião traumatologista e um anestesista e que o hospital conta com todos os aparelhos, profissionais e materiais para realizar o procedimento. 

A Secretaria de Saúde de Alvorada (SMS) informou que a cirurgia que Osvaldo aguarda é de alta complexidade, e sua regulação é de competência da Secretaria Estadual da Saúde (SES). A SMS informou ainda que, ontem, solicitou esclarecimentos à Central de Regulação Ambulatorial do Estado. 

À reportagem, a SES explicou que o pedido de Osvaldo foi cancelado pelo sistema porque o médico regulador deixou-a pendente depois de pedir atualização do caso pelo município. Afirmou que, até o momento, a SMS não complementou os dados e explicou que, quando se passam 60 dias sem inserção dos dados solicitados, o sistema cancela automaticamente a solicitação de consulta. Porém, o município pode reverter o cancelamento. 

O Diário Gaúcho tentou um novo contato com a administração de Alvorada, mas não obteve resposta. 

*Produção: Leticia Gomes

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