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Natal do Bem

Saiba como participar do Natal do Bem, campanha do Grupo RBS que arrecada doações para o Banco de Alimentos

Pesquisas trazem evidências de que ser generoso não beneficia só quem recebe, mas também quem dá

17/11/2017 - 10h08min

Atualizada em: 17/11/2017 - 10h29min


Marcel Hartmann
Marcel Hartmann
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André ¿?vila / Agencia RBS

Além de fazer um bem a quem precisa, ajudar também é positivo para as pessoas. Pesquisas mostram que ações altruístas estimulam a liberação de substâncias antiestressantes no corpo, ativam o circuito de recompensa do cérebro relacionado à sensação de prazer, combatem a depressão, melhoram o sistema imunológico e cardiovascular e favorecem a longevidade. Quem quiser verificar isso na prática pode participar da campanha Natal do Bem, do Grupo RBS. A iniciativa arrecada doações para o Banco de Alimentos (veja mais abaixo). 

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Campanha Natal do Bem, do Grupo RBS, arrecada doações para o Banco de Alimentos

Já existem estudos que mostram que doar estimula a produção de serotonina, oxitocina e dopamina, os chamados "hormônios da felicidade", ainda que os mecanismos por detrás do fenômeno ainda não sejam plenamente conhecidos pela ciência. Há até um nome para tal efeito: helpers high (o barato dos generosos, em tradução livre).

O britânico David R. Hamilton, PhD em química e autor de oito best-sellers sobre a relação entre mente e corpo – três dos quais abordam os efeitos da gentileza no corpo –, explica ao GaúchaZH  que o altruísmo faz bem ao coração ao estimular a produção de substâncias opostas ao cortisol e à adrenalina, ligadas ao estresse.

— O gesto altruísta faz o coração produzir oxitocina e óxido nítrico, ambos relacionados à queda da pressão arterial. Há também evidências de que ele melhora o sistema imunológico e ajuda as pessoas a viver mais — afirma o autor de The 5 Side Effects of Kindness (Os 5 efeitos colaterais da gentileza, em tradução livre) e Why Kindness is Good for You (Por que a gentileza é boa para você).

Andrew Colman, professor de psicologia da Universidade de Leicester, no Reino Unido, e autor de estudos sobre cooperação e seus benefícios, indica que tais efeitos estão ligados à prevenção de doenças.

André ¿?vila / Agencia RBS

— Pessoas altruístas experienciam uma "descarga de hedonismo", um aumento de sentimentos positivos e sensações de bem-estar em geral, o que está relacionado à redução de doenças e da mortalidade — afirma ao GaúchaZH.

Exemplo de estudo é o do neurocientista brasileiro Jorge Moll, do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), no Rio de Janeiro. No artigo, publicado em 2006 na importante revista da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, ele explica que, ao doarmos dinheiro para instituições de caridade, ativamos o circuito de recompensa do cérebro – zona ligada ao prazer e estimulada por sexo, comida e drogas – de forma parecida a quando ganhamos dinheiro.

Há, também, efeitos psicológicos. A pesquisa de Moll também mostrou que, ao doarmos dinheiro, ativamos o córtex subgenual e a área septal do cérebro, ligadas a sensações que uma mãe nutre pelo filho ou que um amante tem pelo outro. Em suma, a boa ação desperta sentimentos de afeto e de pertencimento.

Outro estudo que traz evidências de benefícios à mente foi publicado em 2010 no jornal da Academia Americana de Gerontologia pela socióloga Patricia Thomas, professora da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos. Ela afirma que, quando nos doamos sem excesso para os outros, aumentamos o senso de independência e a autoestima (porque nos sentimos úteis).

Apesar de, estatisticamente, pessoas predispostas ao altruísmo e ao voluntariado terem mais recursos, mesmo quando os cientistas desconsideram esse fator nos estudos, os benefícios seguem fortes, explica Sara Konrath,  professora de psicologia da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, no livro The joy of giving (2016), ainda não traduzido para o português. "A maioria desses estudos mostra que doar dinheiro para os outros, incluindo para a caridade, está associado a uma maior felicidade do que quando gasto consigo mesmo. Dar traz uma sensação boa", escreve.

COMO PARTICIPAR

Onde doar em Porto Alegre?

– Na Zona Sul: RBS TV (Rua Rádio e TV Gaúcha, 189, bairro Santa Tereza).

– Na Zona Central: sede do Grupo RBS (Avenida Erico Verissimo, 400, bairro Azenha).

– Na Zona Norte: Banco de Alimentos (Avenida Francisco Silveira Bitencourt, 1.928, bairro Sarandi).

O que doar?

– Qualquer tipo de alimento não perecível (por exemplo, arroz, feijão, farinha, açúcar etc.).

Qual o horário de atendimento?

– De segunda a sexta-feira, em horário comercial.

COMO FUNCIONA O BANCO DE ALIMENTOS

– A instituição é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), que atua como um gerenciador de desperdícios, administrando três operações: coleta de doações,  armazenamento e distribuição qualificada de alimentos para entidades beneficentes.

– Atualmente, beneficia 312 entidades de todos os bairros da capital gaúcha, doando 250 toneladas de alimentos todos os meses. O Banco de Alimentos atende exclusivamente entidades cadastradas.

– Qualquer instituição que tenha CNPJ pode solicitar ajuda pelo e-mail balcaodeprojetos@bancossociais.org.br.

– Neste primeiro contato, a entidade deve enviar seus dados – como público que atende, objetivos e quantidade de pessoas. A partir disso, será avaliada por um comitê a possibilidade de doação ou não. Paralelamente a isso, nutricionistas do Banco de Alimentos visitam a entidade para verificar e qualificar itens como higiene e segurança alimentar.

– Atualmente, há fila de espera de entidades para participar do Banco. O critério é atender às instituições mais carentes.

– A quantidade de alimento enviada para cada entidade varia conforme o número de pessoas que ela atende.



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