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Seu problema é nosso

Casa da Sopa precisa de ajuda para seguir alimentando moradores de rua e famílias carentes de Porto Alegre

Além de refeições prontas, são distribuídos pela ONG Belém kits com alimentos perecíveis, entregues porta a porta para as famílias cadastradas: mais de 200

11/12/2017 - 09h25min

Atualizada em: 11/12/2017 - 09h25min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Panelões garantem alimento que sacia a fome dos pequenos e também a dos idosos

—Sozinhos não somos nada. Juntos, mudamos o mundo. 

Este é o lema da Casa da Sopa — ONG Belém, que há mais de 20 anos presta trabalhos voluntários para os que precisam de ajuda. Porém, agora, quem pede apoio é a própria entidade, a fim de poder seguir fazendo o bem para famílias em situação de pobreza e moradores de rua. 

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A organização, com sede no bairro Santa Tereza, na Capital, está com dificuldades para conseguir alimentos para realizar seu tradicional sopão, feito todos os sábados e oferecido no local. Os voluntários se esforçam para não deixar o prato vazio: quando não há alimentos para fazer uma sopa, preparam alternativas, como risoto e massa com salsicha. 

— Para muitos, esta é a única refeição da semana — explica Abigail Dorneles dos Santos, 30 anos, voluntária e secretária da ONG. 

Roupas e outros 

Nos dias de distribuição da sopa, os voluntários oferecem também roupas e calçados. Abigail conta que até mesmo eletrodomésticos são doados para a ONG Belém, como televisões e micro-ondas, que também são entregues às famílias beneficiadas. Nos sábados, são disponibilizados cerca de 300 pratos de sopas. 

— Mas muitas pessoas ficam sem. Isso é de cortar o coração, porque a gente não recebe tantas doações quanto gostaríamos — lamenta Abigail. 

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Além da refeição pronta, são distribuídos kits com alimentos perecíveis, entregues porta a porta para as famílias cadastradas: mais de 200. A organização surgiu junto à Igreja do Evangelho Quadrangular do bairro. 

— Começamos a nos inserir na comunidade não apenas como igreja — relembra a voluntária. 

Registrada no papel, a ONG só existe há dois anos. A oficialização foi feita para que o voluntariado pudesse ser ampliado. 

Emoção marca história da Casa da Sopa 

Abigail conta duas histórias que marcaram a vida dela como voluntária. Em um sábado frio de inverno, uma menina de sete anos foi à sede com uma calça rasgada nos joelhos, uma blusa fina e chinelos de dedo. 

Comovida, a moça levou a menina até o banheiro, a limpou e vestiu uma nova roupa na pequena. Depois, a voluntária ofereceu um prato de sopa e outras roupas para ela levar para casa. 

— Ela tremia de frio e, depois, ficou agradecida. Saiu da sede quentinha, com roupa limpa, com a barriga cheia e outras roupas, que ela poderia trocar depois. Isso não tem preço: ver o brilho e a felicidade no olhar daquela criança — recorda. 

Em outra data, na distribuição de alimentos não perecíveis, Abigail e outros voluntários levavam kits para a casa das famílias. Quando bateram na porta de uma moça, por coincidência, ela estava de aniversário — mas sequer lembrava. Na casa, havia sete crianças e uma mulher idosa. 

Devido à data especial, foram entregues dois kits com os alimentos. 

— Ela ficou muito feliz por ter alimentos e poder dar um almoço digno para os filhos comerem no dia do aniversário dela. Fazemos isso com muito amor e carinho, ajudando a fazer a diferença — conta.

Saiba como ajudar 

— Entre em contato com a ong pelo Facebook da Casa da Sopa ou pelo WhatsApp ( 51) 99189- 8693, com Abigail, e ( 51) 99638- 5818, com Jedid.

— O endereço é Vila Tronco II, Acesso 76, 19, Bairro Santa Tereza, Porto Alegre.

*Produção: Eduarda Endler 

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