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Mistério no Litoral Norte

Após ouvir mais de 50 pessoas, delegado que investiga morte de pai de santo diz que chegou "em beco sem saída"

Carro e celular de Gelson Daniel Soares ainda não foram encontrados pela investigação

09/01/2018 - 18h44min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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Arquivo Pessoal / Divulgação
Corpo de pai de santo Gelson Daniel Soares foi encontrado em dunas de praia no começo do ano

Mesmo após ouvir mais de 50 pessoas, a Polícia Civil ainda não conseguiu descobrir o que teria motivado a morte do pai de santo Gelson Daniel Soares, 53 anos. O corpo dele foi encontrado na última sexta-feira (5) nas dunas de Balneário Tiarajú, em Tramandaí, no Litoral Norte.

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Segundo o delegado Paulo Perez, responsável pela investigação, ainda não foram encontrados o carro (um Corsa verde) e o celular da vítima, que poderiam fornecer pistas do crime. Além disso, o local onde o corpo foi encontrado é considerado deserto, sem vista para a rua. Também não há câmeras de segurança próximas.

— Resultou em um beco sem saída. Tudo que chegou até nós, por meio de testemunhas, analisamos — observa o delegado.

Agora, a investigação irá tentar rastrear o aparelho de telefone para localizá-lo. Também serão analisadas as últimas ligações.

— Vamos ver se o telefone foi usado, onde foi e para que foi.

A maioria das 50 pessoas contatadas pela polícia foram ouvidas informalmente. Segundo o delegado, entre sete e oito prestaram depoimento formal. Entre elas estão familiares, vizinhos ou alguma outra pessoa que poderia ter testemunhado a movimentação da vítima.

Gelson era pai de santo há 30 anos

A vítima atuava como pai de santo há mais de 30 anos. Era conhecida pelo bom humor
e simpatia.

— Era uma pessoa que estava sempre de bem com a vida, querida por muita gente,
disposta a ajudar, preocupava-se com as pessoas — conta a sobrinha Laíse Azambuja.

Gelson morava em São Leopoldo, no Vale do Sinos, de onde era natural. Na residência, localizada no bairro Rio dos Sinos, fazia o trabalho religioso junto com o companheiro,
que entrou na umbanda há cerca de 20 anos. Os dois estavam juntos há três décadas.

O leopoldense deixou dois filhos, já adultos, de mulheres diferentes. Para a família, o crime segue sem explicações.

— A gente está achando estranho, porque ele não tinha inimizades — conta a sobrinha.

No dia 1º de dezembro, ele iria encontrar a filha Vanessa Osiel Sores, 29 anos, na beira da praia, quando desapareceu. Ela tentou contato com o pai, sem sucesso.

— O celular estava desligado. Ele disse que iria dar uma volta de duas horas e depois iríamos nos encontrar na praia.

Após o sumiço, Vanessa foi até a operadora do telefone e descobriu que o celular estava sem internet e não recebia ligações desde as 3h43min. Ela também foi ao banco e descobriu que a última movimentação financeira ocorreu a caminho da praia no dia 29 de dezembro, de R$ 180, quando comprou camisetas em uma loja na estrada.

 — Era uma pessoa muita simpática, todo mundo gostava. Não tinha inimigos. Era muito brincalhão, desbocado, sempre sorridente, com temperamento forte, sim. Sempre ajudava o próximo, sempre à disposição para escutar, um ótimo amigo, gostava muito de cozinhar, era muito caprichoso.

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