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Sem acidentes

Como evitar afogamentos e aproveitar o verão com segurança

Duas irmãs, de cinco e seis anos, morreram na terça-feira (2) em barragem de Dom Pedrito. Especialistas alertam para os riscos em áreas sem guarda-vidas

04/01/2018 - 11h01min


Camila Kosachenco
Camila Kosachenco
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Ricardo Duarte / Agencia RBS

Ainda que as estatísticas referentes às mortes por afogamento em locais com guarda-vidas no Estado sejam positivas, é preciso prudência. Números do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) encontram-se zerados desde 16 de dezembro, data em que começou a Operação Verão. Por outro lado, não se pode dizer o mesmo de áreas desprotegidas: há pelo menos sete mortes registradas até agora em locais onde não há a presença de guarda-vidas, as últimas foram de duas meninas, em Dom Pedrito. 

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Conforme a Polícia Civil do município, a ocorrência é tratada como uma fatalidade. As irmãs, de cinco e seis anos, teriam ido para a beira de uma barragem na companhia da tia, de 14. Lá, tiraram os chinelos na intenção de molhar os pés, mas acabaram sendo engolidas pela água, com profundeza estimada de quatro metros. 

São comportamentos como esse, alerta o coronel Corpo de Bombeiros, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, que culminam nos acidentes fatais. Para evitá-los, Oliveira, que também coordena a Operação Verão, recomenda que se evite o banho em áreas desprotegidas e desconhecidas. 

— O mais indicado é que a pessoa conheça as águas e sempre utilize um método de flutuação, seja colete, boia ou mesmo uma prancha — sugere. 

Não se afastar das margens, não deixar a água ultrapassar o limite do umbigo, não nadar de uma margem à outra e não tentar salvar outro indivíduo que esteja se afogando também são medidas preventivas. Em casos de afogamento, ajude jogando uma boia ou um isopor, preferencialmente amarrados a uma corda. E lembre-se: ser um bom nadador na piscina não significa se sair bem em outros ambientes. 

— O mar é o mar. O rio é o rio. As necessidades são diferentes — sublinha o diretor-executivo do Instituto de Natação Infantil (Inati), Rafaele Madormo. 

Em casa ou em clubes, os pais de crianças pequenas também devem abrir o olho para as piscinas. Nunca deixe que os pequenos vão para água sem supervisão de um adulto, mesmo que utilizando boias

— A boia não pode ser entendida como material de segurança. Ela serve como apoio para dar um pouco mais de liberdade para a criança, é quase como um brinquedo — destaca Madormo, relembrando que essa regra vale para qualquer ambiente aquático. 

— Onde tem movimentação da aquática tem que ter muito mais atenção. Uma onda pode fazer a criança fique debaixo d'água — completa. 

Guarda-vidas pé na areia garantem a segurança 

Enquanto as áreas desprotegidas ainda contabilizam mortes, o cenário é mais otimista nas regiões que contam com uma das 329 guaritas distribuídas entre os litorais Norte e Sul e águas internas. Até a terça-feira (2), o CBMRS não registrou nenhum óbito - no ano passado foram quatro. Outro dado positivo é a queda nos números de salvamentos: os 292 da última temporada caíram para 94 (no período entre 16 de dezembro a 2 de janeiro). Oliveira credita essa redução ao trabalho mais próximo dos guarda-vidas junto aos veranistas: 

— Registramos mais de 30 mil intervenções, que são desde ações com apito até sinalização com bandeirolas. Estamos batendo muito na questão da postura do profissional: desinibido e interagindo com a população. Eles estão mais atuantes, com o pé na areia. Estamos comemorando um grande feito de não ter nenhum óbito entre o Natal e o Ano-Novo — garante. 

Para manter os bons números, o coronel recomenda que os veranistas conheçam a região e obedeçam às sinalizações feitas pelos salva-vidas.  Ele ainda orienta que se evite a combinação de álcool e banho de mar. 

Estatísticas 

Conforme Oliveira, as características naturais da Praia da Cal, em Torres, lhe conferem o posto de primeiro lugar no número de salvamentos. O perfil das vítimas, diz o coronel, são jovens do sexo masculino, por volta dos 20 anos, que se banham entre 16h e 18h. 

Cuide-se  

Na água doce
- Tomar banho próximo à margem
- Nunca ultrapassar o limite da água na altura da cintura, principalmente em locais de profundidade desconhecida
- Nunca tentar atravessar de uma margem à outra
- Em situações de afogamento, nadar ou tentar flutuar na direção da correnteza, buscando a margem
- Tomar cuidado com objetos flutuantes, que podem levar a áreas de profundidade

Mar
- Não ultrapassar o limite da água na altura da cintura
- Em casos de afogamento, nadar ou tentar flutuar lateralmente, acompanhando o movimento das ondas
- Nunca nadar em direção à praia 

 Crianças
-
Nunca deixar a criança brincando na água sozinha
- Orientar a criança a nunca ultrapassar o limite da água na altura da cintura

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