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Indiretas do bem

Moradores espalham placas de conscientização e fazem mutirões de limpeza em Atlântida Sul

"Não deixe nada além de pegadas", "Não polua, evolua" e "Areia não é cinzeiro" estão entre os recados espalhados pela turma

04/01/2018 - 10h59min


Jéssica Rebeca Weber
Jéssica Rebeca Weber
Atlântida Sul
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Isadora Neumann / Agencia RBS

Inconformados com o cenário na sua praia, moradores de Atlântida Sul resolveram colocar a mão na massa — ou melhor: no lixo.

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Munidos com sacolas e luvas, os voluntários realizam mutirões de limpeza desde o começo de dezembro no balneário de Osório. Também enfeitaram a orla com cerca de 30 placas coloridas feitas de material reciclado. "Não deixe nada além de pegadas", "não polua, evolua" e "areia não é cinzeiro" estão entre as indiretas espalhadas pela turma.

— Estamos tentando conscientizar as pessoas a respeito do seu lixo. Falta muito trabalho de educação ambiental aqui — comenta a oceanógrafa Shirly Gus Zbinden, 27 anos.

Antes do verão, os voluntários se conheciam só de vista. Por meio de uma comunidade no Facebook, descobriram que ver a praia limpa era uma vontade em comum e formaram um grupo no WhatsApp, que atualmente conta com 22 integrantes. Não falta quem os chame de "escravos" ou "puxa-saco" da prefeitura, ou argumente que quem paga IPTU não precisa fazer isso, mas o grupo tenta não dar bola. 

— A gente faz porque quer ver a praia mais limpa mesmo. É um retorno para nós — diz o comerciante Rogério Krenn, 37 anos.

 O professor de Educação Física Marco Leotti, 51 anos, acrescenta que a subprefeitura fornece luvas e sacos de lixo, mas ressalta que o grupo não tem quaisquer interesses políticos ou financeiros. 

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Isadora Neumann / Agencia RBS

No primeiro mutirão, realizado em 2 de dezembro, os voluntários encheram uma caçamba de caminhão com lixo, incluindo calçados, travesseiros e até um fogão. Na última terça-feira (2), o que a autônoma Ana Hennemann, 45 anos, mais encontrou foi bituca de cigarro, tampinhas, canudinhos, e havia também pedaços de garrafa de vidro, provavelmente um "souvenir" da virada de ano. São coisas menores, mas não deixa de preocupar a moradora:

— Isso vai para o mar, e os bichos podem engolir achando que é alimento.

Isadora Neumann / Agencia RBS

Os trabalhos desta semana ainda contaram com a ajuda de um voluntário mirim, sobrinho da artesã e auxiliar administrativa Andrea Pacheco dos Reis, 33 anos, que o levou para "aprender desde criança". João Paulo dos Reis Rodrigues, oito anos, era o mais entusiasmado:

— Gostei de recolher o lixo para ajudar minha prainha.

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