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Carnaval na Cidade Baixa vai até a manhã, deixa rastro de lixo e moradores descontentes

Festa na rua teve carros com som alto até as 7h30min da manhã. Brigada foi chamada ao longo da madrugada por moradores, que relataram ter visto arrastões

14/02/2018 - 12h34min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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Eduardo Paganella
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Concentração de pessoas na Rua Lima e Silva, próximo da Rua da República, se arrastou até a manhã

Sem organização prévia, aviso à prefeitura ou qualquer estrutura, frequentadores da Cidade Baixa promoveram Carnaval nas ruas João Alfredo e Lima e Silva durante toda a madrugada desta terça-feira (13). A festa, com som alto partindo de carros estacionados, estendeu-se até as 7h30min. Ao terminar, sob vigilância de oito viaturas da Brigada Militar, deixou para trás ruas repletas de lixo e moradores reclamando de muita dificuldade para dormir. 

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Moradores ouvidos por GaúchaZH relataram a existência de diversos carros com som adaptado no porta-malas. A festa teria começado após a meia-noite e se estendeu até o começo da manhã. GaúchaZH esteve no local por volta das 5h e constatou a presença de um grande número de pessoas na Rua Lima e Silva bebendo e dançando ao som de funk.  

Morador da João Alfredo entre a Rua da República e a Luiz Afonso, um professor aposentado de 63 anos, que não quis se identificar, passou a madrugada acordado contra sua vontade. 

— O problema foram os carros de som. O povo veio a partir da meia-noite com vodca e gelo e fizeram o carnafunk. Eram milhares de pessoas — relata.

Conforme o morador, o maior público e a festa mais intensa foram 3h e 4h da madrugada. Pela manhã, a frente de sua casa amanheceu tomada de lixo.

— É um público que não frequenta bar, que fica na rua. E ficaram totalmente desamparados, sem banheiro público — observa. 

Uma cuidadora de idosos de 51 anos trabalhava durante a madrugada na casa de um paciente no quinto andar de um prédio da Rua Lima e Silva quando passou o ouvir o barulho.

 — Foi o caos. Não sei de onde saíram essas pessoas. Não é um povo habitual. Tinha vários carros de som tocando funk, teve arrastão a noite toda. Só via as pessoas correndo e gritando — conta.

Ela relata ter visto pelo menos dois arrastões, quando se aproximou da janela.

—Eram umas meninas correndo de uns caras, gritando — explica.

O aposentado João de Matos só conseguiu dormir ao fechar todo o apartamento, que tem janelas acústicas. Mesmo assim, escutava o barulho vindo do lado de fora.

 — Foi muito complicado. Foi realmente uma barulheira incrível. E o problema todo não é só o ruído: é que fica até muito tarde. Se fosse até a meia-noite, 1h, tudo bem, mas foi até às seis — explica Matos. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Garrafas ficaram acumuladas pela Cidade Baixa

Segundo relatos, uma viatura da Brigada Militar foi até o local por volta das 1h30min, mas ficou pouco tempo, indo embora em seguida.

O subcomandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Macartur Villanova,  afirma que policiais estiveram na Cidade Baixa durante a madrugada. Entretanto, o oficial admite que só pela manhã se conseguiu reunir um número maior de PMs para abordar cerca de 90 pessoas que estavam ainda nas ruas. Em seguida, os policiais pediram que o público deixasse o local por volta das 7h30min.

Questionado por que o serviço não foi feito antes, o major afirma que não havia efetivo suficiente. 

— Não havia meios — salientou Macartur.  

Conforme o policial, ninguém foi preso: quando as pessoas perceberam a aproximação policial, acabaram abaixando o volume do som.  O som alto também ocorreu entre a noite de domingo (11) para segunda-feira (12), segundo outros moradores ouvidos por GaúchaZH

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Moradores acabaram fazendo o serviço de limpeza antes da chegada das equipes

A limpeza das ruas só começou a ser feita por volta das 8h30min por equipes de limpeza terceirizadas. Devido à demora e ao grande acúmulo de lixo, muitos moradores acabaram fazendo o serviço antes da chegada das equipes.

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