Zona Sul
Com R$ 15 milhões liberados para famílias, obras na Avenida Tronco devem recomeçar até junho
Depois do começo do serviço, o prazo previsto para a conclusão é de 24 meses
Com serviços parados desde outubro de 2016, a duplicação da Avenida Tronco pode voltar a ter obras na zona sul de Porto Alegre até o final deste semestre. A prefeitura de Porto Alegre recebeu autorização da Caixa Econômica Federal para remanejar cerca de R$ 15 milhões de recursos do Programa de Financiamento das Contrapartidas do PAC (BNDES/CPAC) para o pagamento de bônus-moradia e aluguel social para famílias do entorno do local — antes, o pagamento sairia do caixa do município. Conforme o secretário de Planejamento e Gestão, José Alfredo Parode, a mudança foi garantida após conversas com o banco.
— A Caixa não prevê o pagamento dos benefícios, mas conseguimos incluir a quantia dentro do financiamento. É um nó que precisávamos desatar. Estávamos tentando resolver por meio de conversas desde dezembro — explica Parode.
Segundo o titular da pasta, a mudança foi garantida após ajustes no projeto da Tronco. As oito paradas do sistema BRT, mais sofisticadas, saem de cena para dar espaço a paradas comuns, como as já conhecidas em Porto Alegre. Na proposta para reduzir custos, também está prevista, com alteração no projeto, a retomada da pavimentação da Avenida Ernesto Neugebauer e da Rua José Pedro Boéssio, no bairro Humaitá.
Os R$ 15 milhões serão destinados ao aluguel social e ao bônus-moradia, que garante um valor para que famílias adquiram residências próprias (atualmente, a quantia limite para a compra é de R$ 52 mil). Conforme Parode, cerca de 195 famílias aguardam algum dos dois benefício, 150 delas ainda não foram removidas do local. No total, 1.525 famílias foram desapropriadas.
Segundo o secretário, a liberação da quantia, mais os recursos de financiamento feito junto ao Banrisul, de R$ 120 milhões, totalizam os valores necessários para a conclusão da obra. Depois do começo do serviço, o prazo previsto para a conclusão é de 24 meses. Conforme Parode, as obras que antecedem a necessidade de remoção das famílias vão durar ao menos oito meses, mas a ideia é já iniciar a desapropriação, para não deixar para a última hora.
— É um período de tempo tranquilo para removê-las. O caminho está livre. A obra não tem nenhum impedimento para começar — afirma.
As obras da Avenida Tronco deverão recomeçar até junho deste ano. De acordo com a prefeitura, estão previstas a extensão da via em 5,65 quilômetros (30% da obra foi concluída), a implantação de ciclovia, o corredor de ônibus e o tratamento paisagístico do local.