Notícias



Porto Alegre

Moradores criam movimento Acorda, Restinga para evitar a saída de serviços públicos do bairro

Reunião do grupo ocorre nesta sexta-feira (4) e que pretende arrecadar milhares de assinaturas para um abaixo-assinado

03/05/2018 - 17h51min

Atualizada em: 03/05/2018 - 17h57min


Aline Custódio
Aline Custódio
Enviar E-mail
Márcio Figueira / Divulgação
Primeira reunião ocorreu em abril e dividiu os grupos por temas: saúde, educação, cultura e assistência social

Moradores do bairro Restinga, no extremo sul de Porto Alegre, iniciaram um movimento para impedir novos fechamentos de serviços públicos no bairro, a reativação de outros e o retorno do Foro — devido a obras no prédio, desde setembro de 2016, ele está funcionando da unidade do bairro Tristeza. O Acorda, Restinga pretende pressionar os órgãos públicos até que as situações sejam revertidas. Hoje, uma reunião na Associação de Moradores da Vila Restinga (Amovir), a partir das 18h, dará início a um abaixo-assinado que pretende arrecadar milhares de assinaturas.

A mobilização, que envolve também as lideranças comunitárias da região, ganhou força depois da publicação de uma reportagem no Diário Gaúcho mostrando os principais serviços que deixaram o bairro nos últimos 15 meses. No último ano, pelos menos três órgãos públicos — Foro Restinga, Sine e Departamento de Identificação — e a escola do Senai, que funcionava no bairro desde 1978, suspenderam as atividades e se transferiram para outras partes da cidade. Juntos, os quatro atendiam aos mais de 150 mil moradores do extremo sul da cidade — Restinga, Lami, Belém Novo, Hípica, Extrema, São Caetano, Lomba do Pinheiro — e também moradores de Viamão.

— Há outros serviços que estão sendo suspensos em diferentes partes do bairro e sendo centralizados em apenas um dos pontos ou levados para fora da Restinga. Não podemos deixar que isso vire rotina — afirma o microempresário Márcio Figueira, 40 anos, integrante do Movimento Acorda, Restinga.  

Segundo Márcio, o grupo não concorda com a iniciativa de advogados que encaminharam à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) um abaixo-assinado com 150 assinaturas solicitando apoio para que o Foro permaneça no bairro Tristeza. O mesmo documento foi entregue à Ajuris e ao Ministério Público. O presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, enviou ofício ao Tribunal de Justiça solicitando informações sobre o Foro da Restinga. Após a análise desses dados e estatísticas, a OAB/RS irá se manifestar.

— O Foro atende pelo menos oito bairros, mas fica numa área com disputa entre facções do tráfico, o que acaba afastando das audiências quem não é do bairro. Para piorar, o transporte também é precário, pois faltam horários e linhas, o que não ocorre no bairro Tristeza. Quem vai de carro fica à mercê de guardadores, na maioria das vezes, violentos — ressalta o advogado Carlos Roberto Zaccaro, um dos que assinou o documento e o entregou à OAB. 

Márcio Figueira / Divulgação
Grupo está crescendo

O diretor de Promotoria da Restinga, Eduardo Viegas, relata que o número de audiências suspensas por falta de uma das partes era muito maior quando o Foro funcionava no bairro, prejudicando o trabalho da Justiça: 

— Há relatos de ameaças por traficantes, inclusive, em ações relativas à união estável e pedidos de pensão alimentícia.

Apesar das justificativas dos membros do Judiciário, Márcio e os moradores do bairro não concordam com os argumentos e farão do Foro a primeira das bandeiras erguidas pelo Acorda, Restinga. 

_ Se eles têm 150 assinaturas contra a volta, nós teremos mais de 1 mil pedindo o retorno _ garante Márcio. 

Reunião do movimento Acorda, Restinga

Local: Associação de Moradores da Vila Restinga (Amovir) _ Rua General Oscar de Oliveira Ramos, 1411
Data: Hoje
Horário: 18h
Informações: http://bit.ly/acordarestinga


MAIS SOBRE

Últimas Notícias