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Seu problema é nosso

Pronto-Atendimento de Gravataí está há oito meses com máquina de raio X estragada

Em casos que necessitam do exame, pacientes precisam ser encaminhados ao Hospital Dom João Becker - a mais de três quilômetros do local - para realização do procedimento

16/05/2018 - 09h18min

Atualizada em: 16/05/2018 - 10h14min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Menina que se machucou no dia 7 de abril precisou aguardar uma semana pelo exame, realizado só no dia 14 de abril

Num atendimento de emergência, a necessidade de uso de equipamentos para descobrir possíveis riscos à vida do paciente é essencial. Agora, imagine alguém que tenha uma possível fratura e decida ir ao Pronto-Atendimento (PA) da sua cidade, mas não possa ser examinado. Isso porque a máquina de raio X do local está estragada há oito meses. Esse é o problema encontrado por quem vai até o PA de Gravataí, na Região Metropolitana. 

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O complexo, próximo à RS- 118, no bairro Santa Cruz, está com o equipamento estragado desde outubro do ano passado, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 

Três quilômetros 

Em casos que necessitam do exame de raio X, os pacientes precisam ser encaminhados ao Hospital Dom João Becker — a mais de três quilômetros do local — para realização do procedimento. A SMS explicou que esse transporte é feito de ambulância e com o acompanhamento de um técnico de enfermagem. 

Um dos pacientes prejudicados pelos problemas no PA de Gravataí foi a pequena Isabelle Machado Pereira, seis anos. No dia 7, ela machucou o pé enquanto andava de bicicleta com a mãe, a costureira Rita Fabiane da Silva Machado, 34 anos. No mesmo dia, Rita levou a filha até o PA, na RS-118. 

Depois de algumas horas aguardando atendimento, a família foi informada de que Isabelle deveria voltar para casa e ficar uma semana com uma tala no pé, aguardando para realizar o raio X no Hospital Dom João Becker. 

— No PA, nos informaram que, até levar minha filha ao hospital, fazer o raio X e voltar, já teria acabado o plantão do traumatologista. Então, marcaram uma consulta para ela na semana seguinte — explica Rita. 

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Isabelle ficou uma semana esperando por diagnóstico

Diagnóstico 

Nesta segunda-feira (14), depois de uma semana sem saber a real dimensão da fratura da filha, a costureira retornou ao PA para uma nova consulta. Temendo pelo tempo de espera, pagou do próprio bolso o deslocamento da filha até o Hospital Dom João Becker, onde o exame foi realizado. De volta ao Pronto-Atendimento, a mãe de Isabelle pôde, enfim, respirar aliviada. 

— Não foi nada grave, machucou o osso, mas não quebrou. Ela vai precisar ficar mais um tempo com a tala. Onde já se viu esperar uma semana por um diagnóstico de possível fratura? Hoje foi com a minha filha que, ainda bem, não era nada grave. Mas, e amanhã, quando representar risco de vida para outra pessoa, vão fazer esperar também? — questiona Rita. 

Prefeitura não tem previsão para providenciar conserto de equipamento 

O Diário entrou em contato com a SMS de Gravataí solicitando uma entrevista com o secretário municipal da Saúde, Jean Tormann, para comentar os problemas do Pronto-Atendimento 24 horas. A assessoria de imprensa da SMS informou que o órgão "iria responder apenas em nota". 

Segundo a pasta, "houve um problema com a empresa contratada para fazer o conserto do aparelho". A administração municipal informou que foi feita "uma nova compra de peças, mas não há como estabelecer um prazo de quando o conserto será executado". 

Na nota, a pasta também negou que os atendimentos com traumatologistas ocorram apenas às segundas-feiras. Segundo a secretaria, dois profissionais trabalham diariamente no PA, das 7h às 22h. 

*Produção: Alberi Neto 

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