Notícias



Seu problema é nosso

Para conseguir custear intercâmbio, estudante de Pelotas faz rifa e vende quitutes; saiba como ajudar

Maria Eduarda Grimaldi quer ir a Portugal estudar a relação da gastronomia de comunidades pesqueiras do país com uma colônia de pescadores da sua cidade, no Sul do Estado

11/06/2018 - 08h39min

Atualizada em: 11/06/2018 - 08h42min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Duda criou uma rifa para arrecadar fundos que serão usados no intercâmbio

– Eu quero! 

Essa foi a reação da estudante de Hotelaria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Maria Eduarda Grimaldi, a Duda, 20 anos, ao ouvir um professor falando sobre a possibilidade de fazer um intercâmbio. Na época, não se imaginava nessa situação. 

Leia mais
Família recebe aluguel social atrasado após reportagem do Diário, em Porto Alegre
Após conserto de esgoto, novos vazamentos voltam no terminal da linha Alameda, em Porto Alegre
Paciente espera por consulta com especialista há quase um ano, em São Leopoldo

Agora, com a proposta de intercâmbio concretizada no projeto "Memórias Gastronômicas da Pesca: Narrativa de Ortiga, Mação, Portugal e da Colônia Z3, Pelotas, Brasil", o desafio da estudante é arrecadar verba para rumar a Portugal, na cidade de Mação, Vila de Ortiga — que ela ainda não tem. 

"Pés no chão" 

O projeto investigará a memória social da gastronomia de base pesqueira, com análise dos cardápios, como as receitas são feitas e de onde elas surgiram, interligando esses conhecimentos com os da Colônia de Pescadores Z3, que fica em Pelotas. Duda precisará bancar a hospedagem e a alimentação em Portugal, além de comprar a passagem: 

— Minha mãe fala pra eu colocar os pés no chão, diz que a gente não tem o dinheiro. Mas eu não desisto. 

Coordenador do projeto, o professor Michel Constantino Figueira explica que o objetivo é compreender a relação do homem com a natureza, a cultura, o patrimônio e a memória social:

— A gente quer entender como foram criados os principais cardápios nos restaurantes dessa cidade para fazer um estudo comparativo com a Colônia Z3. 

Segundo o professor, a ideia é contribuir com o resgate das tradições que podem estar em desaparecimento, trazendo para Pelotas o que será visto em Portugal e analisando, com as cozinheiras locais, quais são os cardápios criados, quem passou para quem e sua história. Duda relembra a felicidade de ter se encontrado na Hotelaria: 

— Fiz um ano de Teatro, mas não era o meu curso. Tentei Jornalismo e não consegui. Minha segunda opção era Hotelaria. Entrei no curso, me apaixonei e nunca mais falei em Jornalismo. 

Rifa e vaquinha para alcançar objetivos

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
A cozinha era uma paixão antiga da estudante de Hotelaria

Como Duda estuda nos turnos da tarde e da noite, tem dificuldade em conseguir estágio apenas de manhã. Por isso, a estudante começou a se aventurar na cozinha — onde já existia uma antiga paixão. 

Doces, bolos, esfirras, brownies e tortas frias se tornaram a esperança da jovem para obter os valores que precisa. Ela vende os quitutes na faculdade e os faz por encomenda. 

— As pessoas adoram, consigo vender tudo — conta. 

Além dos doces, a estudante está preparando um brechó para esta semana. 

— Eu já deveria ter comprado as passagens. Quase caí dura quando vi o valor, custa quase R$ 5 mil — desabafa. 

Para juntar esse valor, Duda também fez uma vaquinha online. Até a manhã desta segunda (11), apenas R$ 600 haviam sido arrecadados. Outra fonte de renda da jovem é uma rifa que vende na cidade, com o prêmio de uma cesta de café da manhã.

Como ajudar a Duda 

— Contribua na vaquinha online.
— Encomende doces pela página no Facebook Doce Doçura.
— Caso queira contribuir de outra forma, entre em contato pelo Facebook de Maria Eduarda ou por telefone: (53) 98452-3930. 

Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Doces são um dos quitutes vendidos por Duda

*Produção: Eduarda Endler 

Leia outras notícias da seção Seu Problema é Nosso 



MAIS SOBRE

Últimas Notícias