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Seu problema é nosso

Em Porto Alegre, paciente aguarda há 11 meses por consulta com ortopedista

E segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não é possível estabelecer um prazo para o atendimento, pois o caso não é considerado prioridade

24/07/2018 - 10h02min


Arquivo Pessoal / Leitor/DG
Menisco rompido e dores no joelho são os problemas enfrentados constantemente por Mara

Com gemidos de sofrimento, a dona de casa Mara Beatriz Jutos, 58 anos, atende o telefone e relata que está com muita dor. Sua rotina de vida tem sido assim, entre a cama e o sofá. Há seis anos, ela sofre as consequências de um problema de saúde no joelho esquerdo. 

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Em 2015, a dona de casa passou por uma raspagem do osso no Hospital Beneficência Portuguesa, na Capital. Depois, teve o menisco rompido. Agora, aguarda há 11 meses por uma consulta com médico ortopedista que possa resolver sua situação. 

Caminho 

— Sempre estou com dor, 24 horas por dia. Na maior parte do dia, passo deitada — relata. 

Atividades normais do dia a dia, como lavar louça e cozinhar, são difíceis para Mara: 

— Eu deixo de fazer tudo, não consigo. 

Há 11 meses, ela foi à UBS Santo Agostinho, no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. Lá, o clínico geral explicou que ela precisaria consultar com um médico ortopedista, especialidade que cuida de doenças e deformidades relacionadas à locomoção do paciente, como ossos, músculos, ligamentos e articulações. 

No caso de Mara, ela teve o rompimento do menisco, cartilagem presente na articulação tibiofemoral, na região do joelho. Enquanto aguarda pela consulta com especialista, a dona de casa é refém dos analgésicos: 

— Eu tomo paracetamol para aliviar a dor, mas não ajuda realmente. Eu tomo quatro comprimidos por dia, não tenho como ficar sem o medicamento, não aguento de dor. 

Esperar pela consulta não é a única preocupação de Mara, que também tem medo das consequências do grande consumo de remédio para dor. 

— Sabe-se lá o que pode acontecer, é tanta coisa que tomo, tenho receio que me dê outro problema.

SMS diz que caso não é prioridade 

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde ( SMS) explicou que o atendimento de Mara para a especialidade ortopedia e joelho foi classificada como prioridade 3 (amarela). 

Conforme a SMS, isso "lhe confere status de classificação intermediária, que não é prioritária". A pasta ainda diz que a solicitação foi incluída no sistema em 29 de janeiro. De acordo com a secretaria, como as filas de espera são classificadas de acordo com os critérios de classificação de risco — que variam de 1 a 5 —, os agendamentos respeitam esta classificação. Por ser uma prioridade 3, o atendimento de Mara ainda não tem previsão de ocorrer. 

A SMS informou que as filas de espera, assim como o tempo médio de espera para marcação das consultas, podem ser acompanhadas no site da pasta, neste link: bit.ly/2JOkDKi.

*Produção: Eduarda Endler

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