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As delícias do Brasil na Feira de Agricultura Familiar 

A 20ª Feira reúne mais de 280 expositores de diversos Estados, contando com cerca de 1,3 mil agricultores que vendem produtos artesanais e sustentáveis.

30/08/2018 - 08h00min


Maria Eugenia Bofill
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Maria Eugenia Bofill / Agência RBS
Casal de apicultores vem de Vacaria para expor

Um dos espaços mais visitados da Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar reúne expositores de todos os cantos do Rio Grande do Sul e também de outros Estados brasileiros. Por lá, podem ser encontrados pães, queijos, embutidos, geleias, mel, cachaça e café, entre outros produtos. As delícias são adquiridas direto com quem as produz e é difícil ver alguém sair sem uma sacola sortida. 

Entre os mais de 280 estandes da feira, está o dos apicultores Alair e Helena Vargas, 68 e 63 anos. Vindo de Vacaria, no nordeste do Estado, o casal já é veterano — vende mel e derivados há 12 anos na Expointer. Um dos produtos mais vendidos é o mandolate com mel caseiro, que, segundo Alair, é delicioso e exclusivo no pavilhão. Há quem vá apenas para comprar o doce, conta o apicultor.

O trabalho dos aposentados vai além do Rio Grande do Sul. Membros da Cooperativa de Apicultores de Vacaria (Avapis), fornecem mel para a produção de cosméticos de uma empresa farmacêutica. Os produtos são utilizados em diversos hotéis de São Paulo. 

— Gostamos muito de estar na Expointer. Aqui, temos o contato com outras pessoas, com diferentes culturas. Se ficamos sempre no campo, ficamos isolados — diz Alair.

Sabores de Minas

Os famosos queijos artesanais de Minas Gerais estão sendo representados por Eduardo e Marina Melo, 64 e 63 anos. O casal da Fazenda Vitória, do município de Serro, no nordeste de Minas Gerais, está expondo pelo segundo ano. Eduardo trocou há sete anos a profissão de empresário para ser produtor de queijo, e conta que não há arrependimento algum. Prefere o campo do que a movimentação da cidade.

— Estamos lisonjeados em estar aqui de novo. As vendas estão sendo um sucesso — afirma o produtor.

Maria Eugenia Bofill / Agência RBS
Luiz Carlos vende banana chips

Já Luiz Carlos de Almeida, 39 anos, de Itaibirinha de Mantena, está vendendo sua produção pela primeira vez na Feira. As banana chips estão fazendo sucesso entre os visitantes da Expointer. Luiz vende nos sabores de bacon, pimenta e tradicional.

Café feito por elas

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Produtores da CoopFam, de Minas Gerais

Em um trabalho que passa de geração para geração na produção de café, João Mateus Ferreira e Fernanda Souza, 23 e 20 anos, representam a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo (CoopFam), em Minas Gerais. Ambos são produtores, assim como os pais.

A Cooperativa possui as linhas orgânico, sustentável, microlote, o orgânico feminino e o sustentável feminino. Estes dois últimos, na feira apenas para exposição, têm todo o processo de produção feito por mulheres.

— A Cooperativa é formada por famílias, cada uma tem um representante que toma as decisões. E sempre era um homem, mesmo as mulheres trabalhando igualmente na produção — conta Fernanda — Assim, as mulheres criaram um movimento para questionar, elas também queriam participar das decisões e não apenas trabalhar.

Assim surgiu o MOBI — Mulheres Organizadas em Busca de Independência, que produz os cafés Orgânico Feminino e Sustentável Feminino. Das borras e da palha do café, elas produzem artesanato.

— O mercado é muito masculinizado. Agora, as mulheres se reconhecem produtoras e não apenas donas de casa. Se sentem importantes, eleva muito a autoestima — ressalta a produtora.

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Fernanda é uma das produtoras do Café Feminino

Consumidor aprova

O casal de aposentados Romeu e Clelia Sostes, 76 e 70 anos, comparece todos os anos na Expointer, principalmente no pavilhão da Agricultura Familiar. Entre os produtos preferidos estão os embutidos e as cucas.

— Os produtos lembram o nosso passado comendo alimentos que não sejam industrializados — diz Clélia.

A compra dos produtos direto com o agricultor é valorizada pelos visitantes que circulam pelos corredores do pavilhão.

— É bom para prestigiar os envolvidos. Gosto de comprar linguiças, bolachinhas, queijos e pão — conta a aposentada Arlete Rost, 68 anos.

Há quatro anos, Arlete pega o trem de Porto Alegre para Esteio para comprar o pão sovado da mesma produtora, que vem da cidade de Barão.

Maria Eugenia Bofill / Agência RBS
Arlete vai até a Expointer para comprar pão, sempre com a mesma produtora



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