Notícias



Risco ao consumo

Como identificar quando o peixe está próprio para o consumo

Ingerir o produto com irregularidades pode causar diferentes reações graves

27/08/2018 - 15h48min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Mateus Bruxel / Agencia RBS
Uma das dicas é analisar as escamas, que precisam estar presas, sem soltar facilmente ao passar a mão

Na manhã desta segunda-feira (27), ocorreu fiscalização da venda irregular de peixes no Mercado Público de Porto Alegre. A ação, realizada pela Polícia Civil, Ministério Público e prefeitura de Porto Alegre, por meio do Procon e da Vigilância Sanitária, foi deflagrada devido ao recebimento de denúncias sobre uso de corantes, carimbos falsos, venda do produto fora do prazo de validade, sem procedência e sem fiscalização prévia. 

Das sete bancas fiscalizadas, cinco apresentaram problemas e uma teve a venda dos produtos suspensa temporariamente. Mais de 700kg de peixes foram apreendidos. 

De acordo com a nutricionista e consultora de alimentos Luciana Meneghetti, ingerir alimentos mantidos em temperatura fora do padrão pode prejudicar a saúde. As reações podem variar de acordo com cada pessoa e com a bactéria que está no alimento. Crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade estão mais propensos às consequências. 

Entre as reações, podem ocorrer alergias, dor de cabeça, vômito, diarreia, desidratação e, dependendo da bactéria que está no produto, pode provocar as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), causando, inclusive, a morte. Quanto mais tempo o pescado ficar fora da refrigeração adequada, mais bactérias serão desenvolvidas. 

– O controle do tempo e temperatura é vital para determinar a condição sanitária de um alimento – afirma. 

As mesmas reações podem ocorrer quando o peixe não tem origem clara. Por isso, ter conhecimento da cadeia produtiva do peixe, como a sua procedência e as condições de refrigeração durante o transporte, é imprescindível.  

Ainda entre as denúncias às bancas do Mercado Público, está o uso de corantes. Segundo a nutricionista, o uso de corante alimentício não é prejudicial à saúde. Esse ato refere-se a uma fraude econômica: peixes brancos de valor baixo ganham cor alaranjada, para deixá-los da cor do salmão e, assim, vendê-los por um preço maior. 

Como identificar quando o peixe está próprio para o consumo:

  • Odor: o peixe precisa ter cheio de mar, e não um odor forte e desagradável. 
  • Refrigeração: o produto deve estar em local refrigerado, em contato direto com o gelo. Observe o termômetro do refrigerador. A temperatura ideal de conservação para peixe fresco é entre 0ºC e -2ºC. Já para peixe congelado é de -18ºC. 
  • Corpo: a carne deve estar flexível. Para verificar, aperte com o dedo ou peça para o peixeiro apertar. A parte pressionada precisa voltar à posição inicial. Se ficar um "buraco", a carne já está entrando em decomposição.
  • Escamas: precisam estar presas, sem soltar facilmente ao passar a mão. 
  • Guelras: essa parte abaixo da bochecha do peixe tem de estar bem vermelha. Se estiver desbotada, o peixe não está fresco.
  • Olhos: devem estar brilhantes, com as pupilas escuras e a íris clara. Não compre se os olhos estiverem opacos.
  • Embalagem: em caso de peixe congelado, verifique se a embalagem não está aberta e cuide o prazo de validade.

Confira outras dicas:

  • Entre o peixe fresco e o congelado, opte pelo produto fresco.
  • Não compre o peixe exposto. Peça o produto que está no refrigerador.
  • Fique atento à limpeza do local. Veja se o atendente está de uniforme.
  • Observe se o local possui a documentação da Anvisa em dia.
  • Para descongelar, tire do freezer e deixe na geladeira de um dia para o outro ou até tocar e sentir que está descongelado. Não tire do freezer e deixe sem refrigeração.
  • Se quiser comprar uma grande quantidade de peixes para guardar, você pode congelar até no máximo um mês.

Fonte: Juliana Noal, coordenadora de Gastronomia da Faculdade Senac Porto Alegre


MAIS SOBRE

Últimas Notícias