Explica aí
Diário Gaúcho te ajuda a entender a situação dos venezuelanos no Brasil
Nova seção do DG esclarece sobre os assuntos que estão bombando nos noticiários
O Diário Gaúcho convidou o Colunista de ZH Rodrigo Lopes para explicar a invasão de venezuelanos no norte do Brasil. Confira.
Por que os venezuelanos estão tentando entrar no Brasil?
A Venezuela, vizinha do Brasil, vem enfrentando uma grave crise política e econômica. Política porque o presidente Nicolás Maduro não aceita a oposição, mandando para a cadeia quem se opõe a ele. Econômica porque a inflação está altíssima. Faltam produtos básicos, como papel higiênico, comida e remédios. Para tentar conter a crise, o governo lançou um pacote econômico, parecido com aqueles que o Brasil tinha nos anos 1980: cortou cinco zeros da moeda, por exemplo. Muitos venezuelanos estão fugindo para países vizinhos. Como o Estado de Roraima faz fronteira com a Venezuela, esta é a principal porta de entrada de quem está chegando ao Brasil. Muitos têm expectativa de que a crise passe logo e que eles possam voltar a seu país. Por isso, acabam ficando na cidade brasileira de Pacaraima, esperando a situação melhorar.
Por que houve tumulto?
No fim de semana, um comerciante de Pacaraima foi assaltado e agredido. Os suspeitos seriam venezuelanos. Revoltado, um grupo de moradores começou a colocar fogo nos acampamentos improvisados de migrantes nas ruas do município. Centenas de venezuelanos tiveram de voltar a seu país, com medo da violência. O governo de Roraima tem pressionado o governo federal, dizendo que não tem condições de abrigar essas pessoas por ser um Estado pobre e pede o fechamento da fronteira.
O que o governo federal está fazendo?
Para evitar novos tumultos, o governo federal enviou para Roraima 120 militares da Força Nacional de Segurança, a mesma que atua no RS. Também anunciou que irá acelerar o plano de deslocar os venezuelanos para outros Estados, a chamada interiorização.
Para onde eles são levados?
Até agora, 820 imigrantes já foram transportados em aviões da Força Aérea Brasileira em cinco etapas: Cuiabá (MT), Manaus (Amazonas), São Paulo (SP), Conde (PB), Igarassu (PE), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). A partir de setembro, eles também devem ser trazidos para Rio Grande do Sul e Paraná. Para viajar, os migrantes têm de querer se estabelecer em outro Estado e estar em boas condições de saúde e vacinados há pelo menos 10 dias.