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Salto no preço

Na hora de negociar o aluguel, veja dicas para quem aluga e para quem é proprietário

Contrato renovado em agosto terá forte aumento de 8,24%. Calculadora simula o novo valor do seu aluguel

01/08/2018 - 10h41min


Erik Farina
Erik Farina
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Diego Vara / Agencia RBS
Alta da inflação pressiona os preços dos aluguéis

A alta de 8,24% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no somatório de 12 meses até julho, deixou de cabelos em pé inquilinos que se preparam para renovar os contratos de aluguel. Este será o valor de correção dos aluguéis que tenham agosto como mês de aniversário. É o reajuste mais alto desde outubro de 2016, quando o percentual chegou a 8,79%. Em junho passado, por exemplo, o índice estava em 6,93% e, em maio, 4,27%. Em geral, os contratos preveem reajuste pelo IGP-M a cada 12 meses, mas o proprietário tem liberdade para isentar ou reduzir o tamanho desta alta, se achar adequado. E isto abre margem para negociação.

– Para o proprietário, é mais importante manter o imóvel alugado, mesmo sem repassar totalmente a inflação, do que colocá-lo novamente no mercado e ficar sem ocupá-lo. O mercado tem muitos imóveis vagos e não está fácil para os proprietários encontrarem inquilinos – afirma o educador financeiro Jó Adriano Cruz. 

Muitos fatores podem aumentar este poder de barganha do inquilino ao tentar amenizar o reajuste. Uma das estratégias é usar o histórico de bom pagador para pleitear uma suavização no reajuste. Quem paga sempre pontualmente e não costuma ter problemas com o condomínio é mais valorizado pelo proprietário, e costuma merecer uma renegociação mais amistosa. Além disso, é importante pesquisar o preço dos aluguel de imóveis semelhantes no mesmo bairro, para saber se o seu está dentro da realidade. Esta pesquisa pode levar, inclusive, a uma redução no valor do aluguel, em vez de aumento, em uma negociação bem sucedida. 

8 dicas para negociar o aumento do aluguel

1. Antes de começar a negociação e apresentar suas condições de pagamento, leia no contrato se o índice de correção efetivamente é o IGP-M e confirme o mês de aniversário. Lembre-se de que os contratos mais longos podem ter maior facilidade na negociação, em razão da relação estabelecida entre as partes. 

2. Analise outros imóveis da região onde vive e compare se o preço do seu aluguel está alinhado aos demais de perfil semelhante (número de quartos, estado de conservação do prédio etc). Se for distante, use isso para negociar uma correção mais suave. 

3. Faça uma autocrítica: você sempre pagou em dia o aluguel, condomínio e IPTU? Então, é um bom inquilino. Use esta informação para convencer o proprietário a facilitar a renovação. 

4. Se estiver em dificuldades financeiras, seja sincero com o proprietário. Estar desempregado ou com problema de doença na família são fatores que sabidamente atrapalham o orçamento.

5. Se tiver uma perspectiva de ganhar mais daqui a um ano, negocie com o proprietário adiar pelo menos parte do reajuste para uma próxima renovação. 

6. Se você tem habilidade em elétrica, hidráulica, reforma ou pintura, pode ser uma alternativa boa oferecer essa mão de obra para melhoria do imóvel como compensação à isenção de um possível aumento, trazendo ganhos para ambos.

7. Mesmo que não consiga suavizar o reajuste, o inquilino precisa avaliar com frieza se é hora de se mudar. É preciso levar em conta que, mesmo que um novo imóvel seja mais barato, terá de arcar com mudança e os custos de pintura e eventuais reparos antes de devolver o imóvel atualmente ocupado. 

8. Consultores financeiros dizem que, em casos assim, uma mudança vale a pena quando é para um imóvel cujo aluguel seja pelo menos 20% mais barato. Senão, os custos do reajuste se equilibrarão com os custos logísticos da mudança. 

5 dicas para o proprietário avaliar se aceita amenizar o reajuste

1. Procure entender a razão pela qual o inquilino está pedindo um reajuste mais baixo, se é uma real necessidade em razão de desemprego ou doença familiar, ou mera tentativa de barganhar preço. Se forem os primeiros casos, ficará mais difícil convencê-lo a pagar mais caro. 

2. Esteja ciente que o reajuste de agosto, casualmente, deu o salto de 8,24% porque trouxe os efeitos da greve dos caminhoneiros. Este aumento de preços não se refletirá, efetivamente, em custo de vida ao longo do ano. Em junho, por exemplo, o índice estava em 6,93%, e, em maio, 4,27%. 

3. Com o lançamento de novos imóveis em Porto Alegre, o mercado tem registrado aumento de oferta, nem sempre acompanhado pela demanda. Isto serve de alerta para quem não topa baixar o percentual de reajuste e assume o risco de perder o inquilino. 

4. Lembre-se que pode ser mais vantajoso manter o inquilino pagando menos do que colocar o imóvel novamente no mercado para alugar, tendo de esperar meses até que seja ocupado e arcar com os custos de condomínio e IPTU. 

5. Se você costuma enfrentar ciclos de desvalorização no aluguel de seu imóvel, pode ser hora de fazer reparos e melhorias que elevem seu preço, ou começar a avaliar colocá-lo à venda e deixar o dinheiro rendendo em vez de embolsar o aluguel. 





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