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BLITZ DO DG

Como estão os terminais de ônibus de Porto Alegre

A reportagem do Diário Gaúcho percorreu os locais para analisar questões de limpeza, infraestrutura e acessibilidade

15/09/2018 - 07h00min

Atualizada em: 16/09/2018 - 15h55min


Maria Eugenia Bofill
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Foram verificadas questões de limpeza, infraestrutura e acessibilidade

Ao se deslocar para os terminais e paradas, os passageiros encontram diversas dificuldades enquanto esperam por seus ônibus. No decorrer da semana, a reportagem do Diário Gaúcho percorreu oito terminais de Porto Alegre, em diversas regiões. Na blitz, foram verificadas questões de limpeza, infraestrutura e acessibilidade.

Entre uma parada e outra, a questão de acessibilidade é o maior problema. Dos quatro terminais que contam com elevadores e escadas rolantes, apenas em um está com os equipamentos em operação. Para cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção, torna-se praticamente impossível pegar ônibus no viaduto da Protásio Alves com a Carlos Gomes, no Triângulo e no Viaduto José Eduardo Utzig, na Benjamim Constant com a Dom Pedro.

No Terminal Triângulo, os elevadores contam com uma placa alertando que não há operação das 22h às 6h. Porém, os passageiros contam que, fora desses horários, tampouco funcionam.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Placa não condiz com o funcionamento do elevador

— Dependo do elevador, tenho problema nas pernas e não consigo subir ou descer escadas. Então, tenho que me arriscar e cruzar a rua — conta Arlindo Mateus, 74 anos.

— Há uns três anos não tem elevador. Para pegar o ônibus, contorno até a Rua Baltazar. Há essa placa do horário de funcionamento, mas pode vir 30 vezes por dia aqui e vai estar fechado e com o mesmo aviso — reclama o cadeirante Leudir Bianchi, 57 anos.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Com os elevadores parados, Leudir não consegue chegar ao terminal


Dias de chuva

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Terminal Triângulo não tem cobertura

Outro problema que permeia na vida de quem circula pelo Terminal é a falta de cobertura, desde que um temporal arrancou parte das telhas, em dezembro de 2014. Em dias de chuva é um caos, contam usuários.

— É preciso disputar espaço com as pessoas e também com os pombos que tem aqui. Antes não tinha nada, nem cobertura, mas pelo menos sabíamos que era assim, sem nada. Não é pela metade — aponta a doméstica Patrícia Martins, 42 anos, que pega ônibus no local há cerca de 15 anos.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Patrícia afirma que em dias de chuva é preciso disputar espaço

Os usuários do Terminal Cairu também sofrem nos dias chuvosos. As coberturas do local são pequenas e, na medida que as filas crescem, o espaço falta.

— Quando está chovendo, os ônibus demoram mais e a fila vai crescendo. Com a cobertura muito curtinha, as pessoas se molham. Já está na hora de trocarem — afirma a cozinheira Ana Maciel de Paula, 47 anos.

Entre os pontos positivos dos locais visitados estão a sinalização das linhas de ônibus, a limpeza e a acessibilidade para deficientes visuais.

O raio-X dos terminais visitados

Terminal Antônio de Carvalho

Mateus Bruxel / Agencia RBS
O Terminal Antônio de Carvalho contém bancos e rampas de acessibilidade para usuários

Limpeza: é limpo, conta com diversas lixeiras.
Infraestrutura: contém bancos, iluminação e cobertura. As linhas de ônibus são identificadas. Não há banheiros
Acessibilidade: possui rampa de acessibilidade. Não conta com faixa para deficientes visuais.

Viaduto Protásio x Carlos Gomes

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Escadas rolantes não funcionam no Viaduto da Protásio com Carlos Gomes

Limpeza: há poucas lixeiras, que estão sucateadas. Em alguns locais, é limpo, em outros há um cheiro forte de urina.
Infraestrutura: não conta com diversas lâmpadas e os corredores são escuros. A cobertura em alguns locais está deteriorada. Há banheiros. Embaixo, há placas de sinalização das Avenidas, porém não informa as linhas dos ônibus.
Acessibilidade: elevadores e escadas rolantes não funcionam. Não conta com rampas de acessibilidade. Em alguns locais há faixa para deficientes visuais.

Viaduto José Eduardo Utzig (Benjamin Constant X Dom Pedro)

Mateus Bruxel / Agencia RBS
No Viaduto José Eduardo Utzig as escadas rolantes estão com tapumes

Limpeza: limpo, possui lixeiras, mas em alguns locais tem cheiro forte de urina.
Infraestrutura: tem cobertura e iluminação. Não conta com bancos nem banheiros. Alguns gradis estão vandalizados. Não há sinalização de linhas nem da divisão entre linhas da Região Metropolitana e Porto Alegre.
Acessibilidade: elevadores e escadas rolantes não funcionam. Na Benjamin Constant há rampa de acessibilidade, mas não há faixa para deficientes visuais.

Terminal Triângulo

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Terminal Triângulo está sem a cobertura completa desde dezembro de 2014

Limpeza: é limpo, possui lixeiras.
Infraestrutura: não tem cobertura completa. Há iluminação. No corredor, as placas estão vandalizadas. Nas paradas de ônibus, há sinalização das linhas. Possui banheiro
Acessibilidade: elevadores não funcionam e não há rampa de acessibilidade. Conta com a faixa para deficientes visuais.

Terminal Cairu 

Mateus Bruxel / Agencia RBS
No Terminal Cairu paradas são sinalizadas, porém coberturas são pequenas

Limpeza: é limpo, conta com diversas lixeiras.
Infraestrutura: as coberturas são pequenas. As paradas de ônibus são sinalizadas. Não há banheiros nem bancos.
Acessibilidade: não conta com rampas nem acessibilidade para deficientes visuais.

Terminal Nilo Wulff - Restinga

Félix Zucco / Agencia RBS
Na Restinga, terminal possui bancos, bicicletário e faixa para deficientes visuais

Limpeza: é limpo, há lixeiras.
Infraestrutura: conta com cobertura, com placas de identificação das linhas. Há banheiros, sendo um destinado para pessoas com deficiência. Possui bancos para espera e bicicletário.
Acessibilidade: possui rampa de acessibilidade assim como faixa para deficientes visuais.

Terminal Parobé

Félix Zucco / Agencia RBS
Terminal Parobé não possui bancos e a cobertura é um pouco deteriorada

Limpeza: é limpo, mas há poucas lixeiras.
Infraestrutura: há cobertura, porém um pouco deteriorada. Há placas de identificação das linhas do ônibus e banheiros. Não possui bancos. Parte do espaço é ocupada por moradores de rua, que colocam utensílios e colchões no local.
Acessibilidade: possui rampa de acessibilidade e também faixa para deficientes visuais.

Terminal Praça Rui Barbosa - PopCenter

Félix Zucco / Agencia RBS
No PopCenter tem cobertura, iluminação e placas de identificação

Limpeza: não é limpo e possui poucas lixeiras, que estão em más condições. Há cheiro forte de urina.
Infraestrutura: tem cobertura, iluminação, placas de identificação de ônibus. Não possui banheiros, nem bancos.
Acessibilidade: conta com rampa de acessibilidade, mas não há faixa para deficientes visuais. Elevadores e escadas rolantes que dão acesso ao PopCenter estão funcionando.

Nova licitação para conserto de elevadores e escadas rolantes

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Secretaria afirma que licitação para conserto deverá ser publicada neste mês

A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) de Porto Alegre informou que a licitação para o conserto das escadas rolantes e dos elevadores está na Secretaria Municipal da Fazenda e deverá ser publicada até o final deste mês.

"A Prefeitura reconhece a situação dos terminais de Porto Alegre e tem buscado alternativas para avançar nas demandas, apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo Município, especialmente no que diz respeito à manutenção estrutural dos terminais (pavimento, iluminação, estrutura, escada rolante e elevadores). A Secretaria Municipal de Parcerias Estratégicas estuda a viabilidade de uma consessão ou uma parceria público-privada para a manutenção desses terminais", informa a SMIM.

A Secretaria diz que a adminitração faz autuações pontuais e acompanha a situação dos terminais para verificar condições, incluindo a questão da acessibilidade.

Moradores

A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) afirma que realiza atendimento sistemático aos moradores de rua em diversas regiões da cidade, entre elas, os dois terminais de ônibus do centro, Parobé e Praça Rui Barbosa, do PopCenter. "Às pessoas sem situação de rua é ofertado ao acompanhamento social, o acesso ao serviço do Albergue Municipal para não dormirem na rua, serviço dos Centros Pop para serem atendidos durante o dia, bem como o acompanhamento sistemático das equipes de abordagem", informa a Fasc.

Félix Zucco / Agencia RBS
Moradores em situação de rua vivem no Terminal Parobé



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