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Hospital da Restinga inaugura bloco cirúrgico 50 meses após a abertura da instituição

Mutirão de vasectomias foi realizado na manhã desta terça-feira. Onze homens foram atendidos

11/09/2018 - 14h36min

Atualizada em: 11/09/2018 - 18h39min


Jeniffer Gularte
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Equipe médica que executou os primeiros procedimentos no bloco cirúrgico do Hospital da Restinga

Assim que a quarta filha do rodoviário Alexandro Gonçalves Viana, 27 anos, nasceu, há quatro meses, ele e a esposa, Taynê dos Santos, 26 anos, decidiram que a família não poderia aumentar mais. Encaminharam o pedido de vasectomia no Hospital Presidente Vargas, quando a bebê nasceu, e, na manhã desta terça-feira, ele executou o procedimento. Enquanto a família Viana Santos dava um passo importante para o planejamento familiar, o bloco cirúrgico do Hospital da Restinga e Extremo-Sul, em Porto Alegre, era utilizado pela primeira vez, 50 meses após sua inauguração, em 2014. 

Alexandro fez parte da primeira dupla de pacientes que abriram o mutirão de onze vasectomias realizado na manhã desta terça-feira (11), procedimentos que marcaram a abertura do bloco. A partir de agora, o espaço – composto por quatro salas de cirurgia mais uma de recuperação, com dez leitos – deve fazer 19 cirurgias por dia, em média. O presidente da Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), Dirceu Dal'Molin, afirma que, no local, serão realizadas operações de baixa e média complexidades, como lipomas, hérnias, vasectomia, vesícula e apendicite. Dirceu executou o primeiro procedimento da manhã e outros três cirurgiões fizeram os demais. 

300 cirurgias gerais e 80 urológicas por mês

Os homens atendidos nesta terça-feira estavam cadastradas para serem operados no Hospital Vila Nova. Com a abertura do bloco, todo o encaminhamento que antecede uma cirurgia _ consulta, exames e marcação do procedimento – poderão ser feitos dentro do hospital. Até o final de outubro, a meta da instituição é fazer 300 cirurgias gerais e 80 urológicas por mês.

Entre os equipamentos que integram as salas cirúrgicas do Hospital da Restinga, estão um Arco em C – um ecógrafo móvel para realização de ecografia durante o procedimento cirúrgico –, duas torres para cirurgia laparoscópica e dois carrinhos de parada cardíaca. 

Também iniciam nesta semana as consultas das especialidades do ambulatório – medicina interna, infectologia, traumatologia, cirurgia geral e urologia. No começo de outubro, está prevista a abertura dos dez leitos de UTI – com isso, o hospital passará a ter 111 leitos – e a realização de endoscopia digestiva. 

A Associação Hospitalar Vila Nova assumiu a gestão do Hospital da Restinga em 21 de agosto e terá R$ 3,4 milhões mensais – rateados entre a União, Estado e município – para administrar a instituição. Até o final do ano, quando tiver todos os serviços a pleno, o hospital deve passar de 25 mil para 55 mil atendimentos mensais. 

"Não vamos mais tentar ter o menino"

Enquanto aguardava para ingressar no bloco cirúrgico, Alexandro e Taynê – pais de Ágata, três anos, das gêmeas Laura e Lívia, um ano e onze meses, e da caçula Alana, quatro meses – comentavam que, inicialmente, planejavam ter apenas dois filhos:

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Alexandro antes do procedimento

– Queríamos um casal. Tivemos a primeira menina e depois vieram duas gêmeas e, por último, mais uma menina. Não vamos mais tentar ter o menino – brinca a Taynê.

Chegaram a consultar preços para fazer o procedimento em clínica particular, mas desistiram ao verificar o valor. Da consulta até o procedimento, passaram-se quatro meses, idade da filha mais nova:

– Nunca fiz nenhuma cirurgia, estou um pouco apreensivo, mas feliz que é em um hospital novo e pelo SUS – conta o morador do Bairro Campo Novo, na zona sul de Porto Alegre. 

Tadeu Vilani / Agencia RBS
Paulo César, filha caçula e a esposa

O servidor estadual Paulo César Rosa Silva, 38 anos, também decidiu controlar o aumento da família e estava na sala de espera para fazer vasectomia. Pai de Érica, 10 anos, e Évilin, um ano e dois meses, decidiu pelo procedimento durante a gravidez da caçula.

– A questão é também econômica. O salário é baixo, só eu trabalho, não dá para ter mais filhos. Tenho consciência disso – conta.

Paulo solicitou o procedimento em um posto de saúde do Bairro Hípica, onde mora, em novembro do ano passado. 


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