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Porto Alegre

Alunos da Lomba do Pinheiro fazem vaquinha para participar de campeonato de robótica em Pelotas

Grupo precisa de cerca de R$ 5 mil para arcar com custos de hospedagem, alimentação e transporte

11/10/2018 - 08h00min

Atualizada em: 11/10/2018 - 11h19min


Maria Eugenia Bofill
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Camila Domingues / Agencia RBS
Turminha está focada em arrecadar fundos

São 244 quilômetros que separam a equipe de robótica Construtore(a)s S.H. do campeonato First Lego League 2018 (FLL). 

Os 15 alunos do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint Hilaire, da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, estão mobilizados para irem até Pelotas nos próximos dias 26 e 27. Para isso, eles precisam arrecadar cerca de R$ 5 mil, para arcar com custos de transporte, hospedagem e alimentação.

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A escola, que, entre idas e vindas, conta com uma equipe de robótica desde 2007, retomou os trabalhos neste ano. A professora Maria Gabriela Souza explica que o projeto tem o objetivo de inclusão social por meio do letramento científico, usando tecnologias. Assim como é uma oportunidade de as crianças seguirem com esta formação e não estarem vulneráveis à criminalidade.

A iniciativa ocorre no turno inverso das aulas e os alunos têm diversos desafios propostos, que vão desde desenvolverem um projeto, programar e montar um robô. Maria Gabriela conta que nas aulas de robótica são trabalhadas diversas áreas, como a pesquisa científica, a matemática e a engenharia.

– São trabalhados também linguagem, criatividade e trabalho em equipe. Algo que eles pensam a teoria e depois colocam em prática – destaca a professora.

Voluntários
No projeto, os colaboradores são voluntários e os equipamentos utilizados vêm de doações ou empréstimos. Quando há competições, a comunidade e os alunos se mobilizam para arrecadar verbas para participarem, fazendo bazares, vendendo lanches e rifas.

Entre os voluntários estão Laura Victor, 17 anos, e Lucas Rodrigues, 21 anos. Ela participava da equipe de robótica da escola Villa Lobos, também na Lomba do Pinheiro. Já ele é ex-aluno da Saint Hilaire e também participou do projeto.

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– A robótica deu um rumo para o meu futuro. Abre muitos caminhos, nos proporciona coisas muito legais. Nos dá oportunidades que seria difícil ter em outras situações – aponta Laura, que faz curso técnico de Informática para Internet.

– Se hoje eu faço esse trabalho, é porque alguém, lá atrás, já fez isso por mim, e quero fazer por eles também – ressalta Lucas, que estuda Engenharia de Automação.

Camila Domingues / Agencia RBS
Alunos aprendem sobre várias áreas nas oficinas

Novos amigos, novas experiências
Meg Santos, 33 anos, é mãe da aluna Eduarda Quintana Santos, 13 anos, e está sempre colaborando com a equipe, pois identifica os benefícios que a atividade oferece para a filha.

– Incentiva eles a pesquisarem, a estudar mais. Dá uma curiosidade para buscarem algo diferente e também uma autonomia muito grande – diz Meg.

Eduarda destaca o trabalho em equipe que é desenvolvido no projeto:

– Gosto muito, porque vamos criando coisas aqui. Gosto de montar e de fazer a programação. Todo mundo se ajuda, é um trabalho em equipe montar um robô.

Entre os construtores também estão Mateus Gonçalves, 11 anos, e Luan Rafael Ferreira, 12 anos. Os alunos enfatizam a importância dos amigos na hora de desenvolver os trabalhos.

Camila Domingues / Agencia RBS
"Robótica é um desafio", dizem eles

– Aqui podemos fazer novos amigos, ter novas experiências. E o prêmio não importa, é só mais um troféu. O importante é participar – diz Mateus. 

– Somos um grupo de amigos que ajudam uns aos outros. Eu não sabia programar e uma colega me ensinou. Robótica é um desafio – complementa Luan. 

A mulher no espaço
Para participar da FLL, os alunos precisaram desenvolver um projeto com a temática de espaço. Em Pelotas, eles pretendem apresentar uma pesquisa sobre o ciclo menstrual da astronauta no espaço, com direito a uma proposta de coletor menstrual espacial.

Assim, os alunos também unem o que é ensinado em sala de aula à robótica.

– Vai além de só programar e criar um robô – afirma a professora.

Diretor da escola, Ângelo Barbosa destaca que a robótica desperta o lado pesquisador dos estudantes.

– Eles buscam literaturas para estudar, vão atrás de coisas que, muitas vezes, a sala de aula não proporciona. E também resolvem um problema que é real – aponta Ângelo.

Para doar
/// Acesse a vaquinha virtual pelo site: bit.ly/roboticalomba

/// No dia 20 de outubro, os alunos estarão vendendo cachorro-quente na festa da escola. A Saint Hilaire fica na Rua Gervázio Braga Pinheiro, 427, na Parada 18 da Lomba do Pinheiro

Camila Domingues / Agencia RBS





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