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Coluna da Maga

Magali Moraes: as eleições e o pátio do colégio

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

04/10/2018 - 12h23min


Miguel Neves / Divulgação

Quando chega o grande dia, eu voto e volto no tempo. Meu título de eleitor me leva ao colégio onde sempre estudei. Já mudei três vezes de endereço e nunca alterei a zona eleitoral. É a chance que tenho de pisar de novo naquele pátio e relembrar tantas histórias legais. De me enxergar com o uniforme e o cabelo suado da Educação Física. De sentir no ombro a mochila pesada de cadernos. De ouvir a sineta chamando pro recreio. De cantar baixinho o hino do colégio (na versão com a letra modificada). 

Peraí. O pátio não era enorme? Cada eleição é assim: primeiro vem o estranhamento. Na minha memória, tudo era imenso. Mas se eu olhar direito, vejo muito além. As escadarias que subi, desci, mudei e cresci. As paredes de azulejos que ouviram nossos segredos. A sala dos professores (e os que a gente não esquece). Posso me ver na fila do bar. A Magali nervosa antes das provas. Tão feliz no último dia de aula. Ansiosa e virada em saudade na volta das férias. 

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Amigos

Foi naquele colégio que beijei pela primeira vez. Fiz amigos e irmãs que tenho até hoje. Vendi rifas. Ganhei bicicleta no sorteio de São João. Assinei camisetas dos colegas no final do ano. Colecionei notas altas e tive que aprender a colar pra passar em Física. Tirei livros da biblioteca. Decorei fórmulas. Ri e chorei. Senti o cheiro de álcool das provas feitas no mimeógrafo. Sentei na fila da frente e também no fundão. Forcei os olhos pra ler o quadro negro e descobri que precisava usar óculos.  

Mas voltando ao tempo presente. Por mais que boas lembranças estejam nos esperando em muitas zonas eleitorais, esse fíndi vai ser tenso. Estamos polarizados. Não acreditamos em mais nada. Que cada um de nós vote da melhor forma possível. E que o país consiga sair desse buraco gigantesco em que se meteu. Os candidatos deixam a desejar. Mas, no pátio do Colégio São Pedro, eu vou fazer a minha parte. Que todos os santos nos ajudem. Boa sorte, Brasil!    



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