Fim de ano
Chegada do Papai Noel anima festa para 500 crianças em Alvorada
Crianças da Nova Americana receberam presentes da Casa de Caridade Pai Thomé
O dia do Natal já estava chegando ao fim quando 500 crianças do bairro Nova Americana, em Alvorada, receberam a visita do Papai Noel. Divididas em filas de meninos e meninas para receber os presentes, a criançada gritou eufórica ao avistar o Bom Velhinho, que chegou por volta das 18h de trenó, acompanhado de 25 assistentes.
Entre os pequenos, uns pulavam, outros roíam as unhas ou batiam palmas. Eram poucos os encabulados que se escondiam atrás de um adulto. A maioria transbordava alegria pelos olhos na esperança de não terminar o dia sem um presente. A primeira da fila das meninas, Isadora Mendes da Silva, quatro anos, correu destemida para o abraço do Papai Noel e saiu com os braços cheios de presentes. Seu sorriso confirmava que tinha valido a pena esperar.
– Só tinha visto o Papai Noel no desenho e não tive medo porque ele é bonzinho. Ganhei um monte de coisas – disse a menina.
Há 26 anos
Mexer com o imaginário da criançada da periferia e, ao mesmo tempo, levar carinho e solidariedade para a realidade delas é um dos objetivos de Éverton Alfonsin, que estava na pele do principal personagem do Natal. Ele é responsável pela Casa de Caridade Pai Thomé, com sede em Canoas, e presidente da Federação Afro Umbandista e Espiritualista do Rio Grande do Sul (Fauers). A ação se repete há 26 anos e, em 2018, ele reuniu 8.650 brinquedos – a meta dos próximos anos é chegar aos 10 mil – distribuídos para 57 cidades, das quais 17 são da Região Metropolitana.
A maratona de entregas começou em 3 de dezembro e acabou apenas na noite deste domingo. Alvorada tem sempre um espaço especial neste roteiro porque é a cidade onde Éverton e parte da sua família nasceram. Neste ano, 90% dos brinquedos foram comprados com recursos do próprio Éverton e o restante recebido por meio de doações.
– Não tem o que pague ver essa alegria deles. A solidariedade me move e o que eu levo comigo é a gratidão das crianças. O espírito de Natal é isso – finaliza ele.
Euforia infantil
Melissa Gomes, quatro anos, e suas primas quase não conseguiam caminhar carregando todos os brinquedos recebidos. Mal sabiam para onde correr para poder ver melhor cada detalhe dos presentes. Nem esperaram chegar em casa: em uma calçada, todas se sentaram para ver os pacotes:
– É muita coisa, vou precisar de tempo para brincar com tudo – divertia-se Melissa, com as primas Monique Aparecida Resende Januário, oito anos, e Yasmin Bernardes Gomes, nove anos.
Mas nem todos estavam tão confiantes. Em seu primeiro encontro com o Papai Noel, Bernardo Souza Barbosa, três anos, temeu o abraço do homem de barba branca, mas enxugou as lágrimas enquanto mexia no caminhão e no navio que recebeu.
– Ele só via o Papai Noel na TV e, aqui, ficou com medo quando chegou a vez dele – diz a mãe, a auxiliar de cozinha Gabriela, 27 anos.