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Coluna da Maga

Magali Moraes e o que pensar na frente do mar

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

28/01/2019 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes / Agencia RBS

Pegue uma cadeirinha de praia e sente. Cave a areia com os pés pra fincar território. Cruze os braços, se quiser. Olhe pra toda aquela imensidão de água e fique à vontade. Deixe os pensamentos imitarem as ondas do mar, indo e vindo ritmados. Não recomendo gastar esse momento precioso pensando nos problemas. Ainda mais se o céu estiver azul. Os boletos que esperem. Os rolos familiares nunca vão ser  completamente resolvidos. Apenas se deixe levar. O mar limpa as ideias.

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Agora se você quiser pensar em pé, tudo bem. Pode mergulhar as canelas. Pode dar um bico e voltar. Ou sair murcho da água. Talvez seja o sal em contato com a pele. O cheiro de maresia. O barulho das ondas. Pessoas especiais do seu lado. Ou a combinação de tudo isso. Por mais que as tatuíras belisquem os dedos, pense no futuro. Em dias felizes. Faça planos, muitos deles. Aponte pra um mapa mundi imaginário e escolha que lugar do mundo você quer conhecer. Tem praia lá? Obaaa!

Salva-vidas

Na beira-mar, a cabeça esvazia. O vento leva pra longe a tristeza. Dê pra si mesmo bandeira branca, independente da cor que o salva-vidas pendurar lá em cima. Pode pescar, acho que ajuda a pensar. Eu prefiro caminhar. Virando o pescoço e encarando o mar. A roupa molha na primeira distração. O assunto vem forte como as ondas.

Mas pra conseguir pensar direito, todo mundo tem que se respeitar. Quem inventou essa moda de levar caixa de som pra praia? Como ouvir os pensamentos?

Tem dias em que o mar não tá pra peixe. Fica agitado. Repuxa e assusta. Definitivamente, não inspira ninguém. Quer um conselho? Deixe pro dia seguinte. Ou observe de longe. Se até o mar tem seus dias ruins, a gente pode se dar ao direito. De uma hora pra outra, o vento muda. As ondas acalmam, a água limpa, os peixes voltam. O mar se renova. É aí que ele mais inspira. Nem precisa pensar. Pode só agradecer. Na frente dele, nossos problemas se tornam pequenos como as conchinhas.


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