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Coluna da Maga

Magali Moraes: o sertanejo universitário e a tela fria desse celular

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

21/01/2019 - 07h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS

Eita! Nunca diga dessa água não beberei. Nunquinha. Sempre fiz cara feia pro sertanejo universitário. Sertanojo. Bem preconceituosa, eu reconheço. Tipo não ouço e não gosto. Daí a vida me faz morder a língua até sangrar. Descobri que eu gosto de uma música que é adivinha o quê? Sertanejo universitário. Hahahaha!! Tô rindo de mim mesma. Culpa da Anitta, essa bandida. O rádio do carro tava ligado. Opa, uma baladinha boa. A Anitta cantando com um cara! Sim, eu achava que era só um. 

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Acabei de saber que são dois irmãos (com a voz igual, né). Se você me perguntar nomes de cantores desse estilo musical, vou citar os que estão sempre na mídia: Wesley Safadão e Luan Santana. Pronto. Acabou o meu conhecimento. Ah, tem as irmãs aquelas, Simone e Simaria. Desconfio que sejam do mesmo setor. Mas Matheus e Kauan?! Muito prazer, nem fazia ideia. Quem mandou procurar o clipe no YouTube. Vi a música, vi caírem todos os butiás do meu bolso. 

Drama

Na minha humilde opinião, escolheram o nome errado pra essa música. Deveria ser “A tela fria desse celular”, que é puro drama. E não “Ao vivo e a cores”, que é um baita clichê. Mas quem se importa com clichês quando o assunto é amor? 

O refrão resume bem os relacionamentos modernos. A tela fria desse celular / Só ver sua foto não vai me esquentar / Amar você de longe é tão ruim / Te quero ao vivo e a cores aqui. Sem falar que tudo que a Anitta se mete ganha um ar pop.

Sai daí, vem aqui. Como recusar esse convite? Amar de longe é tão ruim, realmente. E convenhamos, ficar num abraço apertado é muito mais gostoso do que ficar trocar mensagens e áudios no WhatsApp. É assim que o pessoal namora (e briga) hoje em dia. Pode chegar, pode ficar. Jura? Outra verdade: a gente se contenta em ver a vida pela tela do celular. Fria ou quente, torrando nossos dedos de tanto ele carregar na tomada. E eu não aguento mais! Chega de falar de sertanejo universitário. Apenas pare, Anitta.


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