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Ex-Rei Momo e eterno animador, Queixinho comemora seis décadas de Carnaval
Envolvido com a festa do samba desde a década de 1950, Édio Onofre Gonçalves, o Queixinho, vai reunir os amigos na quadra da Imperatriz Dona Leopoldina para celebrar.
Um dos personagens mais importantes do Carnaval gaúcho vai comemorar seis décadas de envolvimento com a festa. A comemoração será neste sábado, na quadra da Imperatriz Dona Leopoldina, em Porto Alegre. O homenageado é Édio Onofre Gonçalves, 76 anos, o Queixinho.
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A trajetória de Édio se confunde com a história carnavalesca de Porto Alegre. Com 14 anos, ele frequentava os carnavais de tribos ao lado do pai, Osvaldo Gonçalves, já falecido. O berço do movimento era o Areal da Baronesa, onde hoje estão localizados os bairros Cidade Baixa e Menino Deus.
— Grandes nomes surgiram ali, era um lugar que respirava Carnaval — recorda Queixinho.
A carreira de Édio como puxador de samba — que hoje é chamado de intérprete — começou em 1955, nas tribos carnavalescas Tapajós e Aimorés. Logo ele despontou para as escolas de samba. Em 1957, integrou o desfile dos Milionários da Alegria. No ano seguinte, foi para a Trevo de Ouro, onde permaneceu por uma década. Entre 1968 e 1975, passou por Acadêmicos da Orgia, Praiana — agremiação que representou por quase 15 anos — e Bambas da Orgia.
— Depois disso, me mudei para a Zona Sul. Lá, em 1977, fiz parte do grupo que fundou a Estado Maior da Restinga, onde fiquei por cinco anos. Então, cheguei à casa do Imperador — diz Queixinho, se referindo a sua ida para a Imperadores do Samba, em 1982.
Parceria
Na chamada "escola do povo", Édio permaneceu por 18 anos. Orgulhoso, ele ressalta nomes com quem dividiu a responsabilidade de cantar os sambas da Imperadores. Entre os citados, estão Carlos Medina, Sandro Ferraz, Dodô, Vilson Nei, Bedeu e Ariovaldo Paz, puxadores e animadores de grande relevância no Carnaval de Porto Alegre.
— São muitos, mas ressalto também o acolhimento sempre prestado pelo Betinho, presidente da Imperadores durante o tempo em que estive lá — diz Queixinho.
Um desfile de bom humor
Mesmo com uma vida recheada de passagens por tantas agremiações e parcerias com nomes tão importantes do Carnaval, Queixinho tem vívida lembrança de tudo que passou. Brinca que tem memória fotográfica. Aliás, bom humor é seu forte. O eterno puxador e animador de quadras diz que o tanto de escolas pelas quais passou representa o número de filhos que tem. E são muitos, 15, para ser mais exato:
— Além disso, tenho 30 netos e 11 bisnetos.
Com tamanha família, aliada ao seu conhecimento de Carnaval, Queixinho certamente poderia fundar sua própria escola de samba. Mas, ele prefere é viver entre uma quadra e outra. Depois dos 18 anos em que esteve na Imperadores, Édio sambou entre as quadras União da Vila do IAPI, Embaixadores do Ritmo, Realeza, Samba Puro, Fidalgos & Aristocratas e Império do Sol.
Casa nova
O lar atual, a Imperatriz Dona Leopoldina, veio por volta de 2010. Em seu primeiro ano na agremiação, já papou o título do Carnaval. O bicampeonato veio em 2017, última vez que as escolas desfilaram no Porto Seco, já que os desfiles foram cancelados em 2018.
— Essa boa relação com a Imperatriz me permitiu ter o espaço para realizar essa comemoração de seis décadas de Carnaval — agradece Queixinho.
A data é simbólica, pois Édio já ultrapassou os 60 anos de envolvimento com a festa. O reconhecimento do seu trabalho também se materializará na comemoração, que terá presença das duas maiores escolas da Capital: Bambas da Orgia e Imperadores do Samba. Além disso, outros convidados também estarão presentes. Pode até faltar espaço para todo mundo, mas não vai faltar samba no pé e razões para comemorar.
Saiba mais sobre a festa
— Onde: na quadra da Imperatriz Dona Leopoldina, na Estrada Martim Félix Berta, 38, no bairro Rubem Berta.
— Quando: neste sábado (2), à partir das 22h.
— Quanto: os ingressos custam R$ 10.