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Papo reto

Manoel Soares questiona morte em supermercado no Rio de Janeiro

Colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho

16/02/2019 - 06h00min


Lauro Alves / Agencia RBS

Um segurança em um supermercado imobiliza um jovem doente mental que também é usuário de drogas, alegando que ele tentou pegar a arma. Até aí, o profissional está no seu papel, tinha que garantir a segurança. A questão é que, nesta ação, ele estrangula e mata o jovem na frente da mãe. Várias pessoas assistiam e pediam para que ele parasse, porque o o jovem estava morrendo. O segurança mandava todos calarem a boca porque ele sabia o que estava fazendo. 

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Tudo foi gravado. Mesmo assim, o segurança foi até a delegacia e o delegado disse que ele pode responder em liberdade. A questão que levanto é: precisava matar? Não sou a favor da impunidade, quem comete crime deve responder por ele na Justiça. Mas matar uma pessoa porque ela não consegue se controlar é outra coisa.

Fique esperto

Estamos caminhando, mesmo que não oficialmente, para a institucionalização da pena de morte. Por mais que pareça algo positivo em um primeiro momento, as pessoas que morrem têm cor e endereço. Aquele segurança não apertou o pescoço do jovem sozinho, tinha uma sociedade apertando junto. 

O pior é que um cachorro morto em um estacionamento chama mais a atenção do que um jovem doente mental estrangulado. E todo mundo acha normal. Peço aos pais das quebradas que zelem pelos seus filhos e monitorem de perto os passos. 

Vivemos em tempos difíceis. Para eles acabarem mortos por alguém que alega medo ou forte emoção é muito fácil. Depois, é só colocar algumas atenuantes, dizendo que ele era isso ou aquilo, e já era. Temos que ficar espertos.


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