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Prefeito admite que área em Viamão não serve para aterro sanitário

Grupo de trabalho irá debater alternativas para o destino do lixo produzido no município. Moradores são contra o possível investimento

26/02/2019 - 07h00min


Jéssica Britto
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Carlos Macedo / Agencia RBS
Comissão contra a implantação do aterro alega que projeto pode causar prejuízos ambientais

A mobilização dos moradores de Viamão contra a instalação de um aterro sanitário no bairro Passo D’Areia, na zona rural da cidade, ganhou novos contornos. O prefeito da cidade, André Pacheco, em reunião com moradores e autoridades municipais, manifestou-se contrário ao possível estabelecimento do empreendimento no local, onde estão sendo realizados estudos. O Diário Gaúcho acompanha o caso desde o início do mês.

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“Faremos uma longa e criteriosa discussão, levando em conta todas as opiniões sobre esse tema muito importante que é o lixo. Desde já, reforço o meu posicionamento de que a Fazenda Montes Verdes não é o melhor local para receber o aterro sanitário”, declarou o prefeito pelas redes sociais.

As discussões começaram quando vizinhos do local onde o aterro seria construído souberam do projeto, em janeiro. A Empresa Brasileira de Meio Ambiente S/A EBMA, 

do Rio de Janeiro, protocolou um processo junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para zoneamento, uso e ocupação do solo da área de 168 hectares, que ainda está em andamento. O local é conhecido como Fazenda Montes Verdes, na Rodovia Coronel Acrísio Martins Prates, que liga Viamão a Itapuã. A região é produtora de orgânicos e vizinha de uma aldeia indígena.

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Prejuízos

A fazenda fica em um dos pontos mais altos de Viamão e o aterro impactaria diretamente moradores do Cantagalo, Passo D’Areia, Beco do Pesqueiro, Lomba Verde, Lami e Itapuã. De acordo com a Comissão Não ao Lixão, o funcionamento de um aterro no local acarretaria em graves prejuízos ambientais às nascentes e aos poços artesianos que são utilizados para consumo, produção agrícola e piscicultura. Comprometeria também o habitat animais e a aldeia indígena vizinha à área.  

– Ganhamos apoio, mas ainda não estamos tranquilos. O prefeito nos disse que concorda que o local não é adequado, mas não disse que o aterro não poderá ser feito lá – afirmou Rubem Schultz, 68 anos, corretor de imóveis e proprietário de uma área ao lado da fazenda. 

A prefeitura de Viamão afirma que segue analisando o processo a respeito da viabilidade econômica do empreendimento e que, ao que compete ao meio ambiente, aguarda posição da Fepam.

Discussão será ampliada

Na semana passada, após o encontro com o prefeito, foi formado um grupo de trabalho multidisciplinar. A ideia é envolver, além da prefeitura, vereadores e membros da sociedade civil na discussão sobre os outros destinos para o lixo.

 A prefeitura tem feito estudos em diversas localidades de Viamão para implantação de aterro sanitário. Por isso, não existe uma posição definitiva. Antes de uma decisão, estudos técnicos serão realizados em todas as áreas. Além disso, a comunidade local será envolvida na discussão. 

“A prefeitura tem a responsabilidade de resolver o problema da coleta, destinação e tratamento do lixo doméstico, assim como todos os cidadãos são parte deste processo”, informou o município em nota.


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