Chora Cavaco
Renato Dornelles: resistir é preciso
Colunista afirma que, nem que seja com apenas uma bateria, o Carnaval precisa sair apesar das dificuldades
As dificuldades pelas quais passa o Carnaval não só no Rio Grande do Sul, mas em quase todo o país, são mais do que conhecidas. E os motivos são os mais variados: crise econômica, em alguns locais, falta de visão administrativa, intolerância...
Nestes momento, é preciso resistir e, para isso, o primeiro passo necessário tem de ser a compreensão, por parte de quem gosta do Carnaval e faz da festa uma opção cultural e de lazer, das dificuldades postas para a realização.
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Compreendido isso, parte-se para um segundo passo, que inclui uma cota de esforço (que envolve renúncias) e dedicação. Com raras exceções, não há investimento externo, nem público, nem privado. Logo, as entidades têm de se autossustentar e só conseguirão isso via componentes e simpatizantes.
Desmembrando as cotas individuais de esforço e dedicação, a participação de todos é fundamental. Quem gosta, quem já gostou, quem anda afastado, enfim, todos os carnavalescos têm que marcar presença nas quadras, nos eventos e nos desfiles. É hora de retomar antigos formatos das escolas de samba, quando as fantasias eram confeccionadas em casas, os locais de desfile eram mais simples, e todo mundo achava lindo.
Reportagem da colega Jéssica Britto mostra que a maioria dos municípios da Região Metropolitana cancelou seus desfiles. Inclui-se aí Novo Hamburgo, de tanta tradição. Triste situação.
Diante desta realidade, volto a frisar: nem que seja um muambão, com apenas uma bateria, um carro de som bem simples e o povo atrás, com cordas separando os desfilantes do público, banquinhos e cadeiras de praia no lugar de arquibancadas, como nos antigo carnavais, mas não podemos se entregar. Muitas vezes é necessário dar passos atrás para depois avançar. Resistir é preciso.