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Piquetchê do DG

Cavalgada do Mar completa 35 anos de tradição no RS

Edição de 2019 foi encerrada no sábado, dia 2 de março

03/03/2019 - 20h45min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Henrique Noronha / Divulgação
Anualmente, grupo percorre oito praias gaúchas

O dia começa às 5h com o despertar em mais uma praia gaúcha. Os animais recebem ração e os cavalarianos tomam o café, como uma família. É hora de desmontar o rancho, tratar os animais, recolher as bagagens e partir para um novo destino. Cada dia um cenário, uma terra diferente para desbravar.

A Cavalgada do Mar, tradicional evento gaúcho, percorre anualmente os municípios de Palmares do Sul (Dunas Altas), Pinhal, Cidreira, Tramandaí, Imbé (Santa Terezinha), Capão da Canoa, Arroio do Sal e Torres. No sábado, mais uma edição foi concluída. 

Em 2019, a iniciativa completou 35 anos. Há 28,  o empresário Alexsandro Merode, de 42, morador da Capital, se faz presente. Por influência dos pais, que sempre frequentaram CTGs, estreitou laços com o tradicionalismo. 

O amor pelos cavalos, no entanto, foi algo que partiu dele e cresceu com a cavalgada.

— É o momento de rever os amigos, muitos dos quais passo o ano inteiro sem encontrar. Também é a oportunidade de conhecer novas pessoas. Sem falar que o cavalo é uma paixão na vida da gente — relata o empresário, que costuma contar com a companhia da esposa Luciana Vale, 42, e da filha Maria Eduarda, nove.

A primeira Cavalgada do Mar foi realizada em 1984, organizada pelo maestro Machadinho, João José Machado, advogado da Prefeitura de Palmares do Sul, para protestar pelo fechamento do Banco Sulbrasileiro. 

O primeiro trajeto teve a participação de 60 cavaleiros. Hoje, reúne cerca de 4 mil pessoas nos oito dias de duração, quando percorre 260km do litoral gaúcho.

A cavalgada recebe crianças, homens e mulheres de todas as idades. Não há limites, nem restrições para quem quer participar. O integrante mais velho desta edição tem 83 anos. 

De acordo com o responsável técnico do evento, Henrique Noronha, 39 anos, com o passar do tempo, a iniciativa foi ganhando novos objetivos e o principal deles se tornou o de levar a cultura gaúcha aos moradores e turistas do litoral. 

— Eu comecei a viver a cavalgada há 35 anos por intermédio do meu avô, Fernando. Acredito que é uma forma de cultivar a tradição — explica Henrique, médico veterinário de Viamão. 

Em 2004, a cavalgada gaúcha entrou no Livro dos Recordes (Guinnes Book) como o maior evento festivo do homem a cavalo do mundo.

Confraternização e novas amizades

A recepção amistosa dos moradores é comum pelo caminho. Quando chegam a mais um destino, por volta do meio-dia ou início da tarde, cavaleiros e amazonas são recebidos pelas prefeituras das cidades. Se acomodam em algum CTG ou parque de rodeio da cidade, onde descansam, conversam, confraternizam, até o dia seguinte. 

Este tempo também é dedicado aos cuidados e descanso dos animais, preocupação constante da equipe, que conta com acompanhamento integral de cinco médicos veterinários.

Instituto cultural oferece cursos

O Instituto Cultural Cavalgada do Mar (ICCMAR) e o piquete da OAB/RS promovem paralelamente a Cavalgada do Mar em Poesia. A ideia é criar novas formas de estímulo à cultura. 

Os participantes inscrevem poesias inéditas que, após selecionadas, são declamadas aos jurados. Os vencedores do primeiro, segundo e terceiro lugar ganham troféus. Em 2019, o tema foi Paixão Côrtes.

O instituto também oferece oficinas de cuidados com animais.

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