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Coluna da Maga

Magali Moraes e o esconde-esconde das árvores

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

04/03/2019 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Na verdade, elas não têm culpa. Árvores crescem. Espicham os galhos feito braços. Suas copas querem conquistar o céu. Até aí, tudo certo. A gente adora uma boa sombra. Prefere morar em rua arborizada. O problema é quando as árvores resolvem cobrir sinaleiras e placas de trânsito. Fica um jogo de esconde-esconde. Aquilo é um sinal aberto ou um mato verdinho? Motoristas distraídos podem não reparar na luz vermelha em meio à vegetação e provocar um acidente. Atenção, pedestres!

Perto de casa tem um semáforo que virou samambaia. Lindo, lindo. Se não fosse tão perigoso. Tem placas de esquinas camufladas nas ramificações das árvores. Serão paisagistas decorando o trânsito? O nome disso é descaso. Porque o nome da rua mal dá pra ver. O verde que insiste em brotar no meio-fio da calçada chega a ser poético. É a natureza ignorando o cimento e vingando onde não devia. Desde que não vire matagal. Ninguém quer brincar de ser assaltado numa floresta que já foi esquina.

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Pinicam

O sinal de "Pare" é capaz de frear o crescimento das gramas que pinicam nossas pernas nos parques? Como estender uma toalha ou canga pra curtir a praça se mal dá pra enxergar os pés? Quem circula nas ruas observa muitas raízes de árvores levantando (e destruindo) calçadas. Tem canteiros de avenidas que viraram selva. Bem que podiam colocar um sinal de "Proibido Ultrapassar" quando o inço alcançar a altura do joelho. Mas deve ser mais fácil aparar a grama de vez em quando.

Enquanto isso, as árvores seguem brincando de esconde-esconde. Quem sou eu pra interromper a diversão. Eu só queria enxergar o sinal abrindo e fechando. Queria caminhar sem enfiar um galho no olho ou tropeçar numa calçada danificada. Já nos tiraram tanta coisa da cidade: a segurança, a beleza, a mobilidade. No mundo civilizado, as construções abraçam a natureza. Até os telhados são verdes. Tudo é pensado. Aqui, falta pensar no básico. Cadê o ferrolho pra nos socorrer?



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