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Papo reto

Manoel Soares pergunta: gaúcho gosta mesmo de mulher?

Colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho

09/03/2019 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Lauro Alves / Agencia RBS

Nunca entendi essa parada de parabenizar as mulheres no dia 8 de março. A data é para lembrar que mulheres foram queimadas vivas em uma fábrica porque queriam direitos iguais aos dos homens. Não é dia de comemoração, mas de lamentar aquela tragédia e as milhares de outras que acontecem todos os dias. 

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Em um país onde oito mulheres são agredidas a cada minuto não são flores dadas uma vez por ano que irão resolver. Alguns acham que as mulheres estão “cheias da onda” com esse papo de feminismo, mas esquecem que a mãe também é mulher, esquecem como era complicado ver a mãe ser espancada pelo marido dentro de casa.

Foram 170 mil agressões

No Rio Grande de Sul, no ano de 2017, foram registradas mais de 170 mil agressões contra as mulheres. O mesmo sentimento de falsa superioridade que fez as mulheres da fábrica serem queimadas vivas alimenta, hoje, as milhares de agressões que as mulheres sofrem. 

Se acredita que o Dia da Mulher deve ser levado a sério, faça dele a data que celebra seu compromisso em não permitir que as mulheres sejam agredidas ou prejudicadas. Apesar de muitos gaúchos dizerem que gostam de mulher, os números demostram que não gostam tanto assim. Se gostassem, não teríamos mais de 170 mil apanhando de seus companheiros.


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