Notícias



Educação

Falta de vagas em escolas de Porto Alegre provoca enxurrada de processos judiciais

Há 2.680 processos pedindo lugar na rede municipal tramitando no 1º Juizado da Infância e Juventude da Capital

26/04/2019 - 20h58min


Jeniffer Gularte
Enviar E-mail
Omar Freitas / Agencia RBS
Na Emei Mamãe Coruja, no bairro Azenha, diretora Grasiele Clack Schumacker aponta a lista de espera

A extensa da fila de crianças que aguardam ser chamadas em Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e escolas comunitárias de Porto Alegre, abordada em reportagem desta sexta-feira (26) do Diário Gaúcho, também se reflete em uma enxurrada de ações judiciais pelo direito a uma vaga pública para crianças de zero a cinco anos. 

Leia mais:
De 257 escolas, 236 têm fila de espera para Educação Infantil em Porto Alegre
Veja a lista de espera por escola na Educação Infantil da rede pública de Porto Alegre
Com Conselho Tutelar, pais protestam contra fechamento de escola do bairro Partenon 

Atualmente, há 2.680 processos judiciais pedindo vagas na rede municipal tramitando no 1º Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre. O contingente corresponde a 70% do total de ações em curso.

A defensora pública dirigente do Núcleo de Defesa da Criança e Adolescente, Andreia Paz Rodrigues, explica que frente à falta de solução dada ao assunto pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), judicializar a busca por vaga é o único caminho para muitas famílias. Embora pondere que não dê para determinar o prazo de uma ação, afirma que, ao longo do ano passado, os processos a respeito deste assunto levavam em torno de seis meses até a sentença: 

— Há mães que entraram com processo em novembro do ano passado e a criança ainda não está na escola. A princípio, todo mundo que entra com ação, consegue escola, mas não há um prazo.

Sentença

Na tentativa de agilizar os processos, a Defensoria entrou com uma uma ação civil pública no ano passado pedindo vagas em tempo integral para todas as crianças de zero a cinco anos. Em novembro de 2018, o juiz Daniel Englert Barbosa determinou, em sentença, que se os pais comprovarem que trabalham e não têm renda para pagar uma creche particular, o município deve garantir a vaga para criança. 

A Defensoria entende, porém, que o atendimento deve ser universal, independentemente da comprovação de trabalho ou renda da família. Ainda assim, a decisão tem servido como base para pedidos de habilitações individuais para vagas na rede municipal:

— É um procedimento mais rápido que o processo, mas ainda assim demora bastante. São muitos processos em andamento e o município ainda não está cumprindo o que o juiz determinou na sentença. 

Antes de abrir o processo, a Defensoria procura a Smed com um ofício extrajudicial solicitando a vaga. Em caso de negativa, a Justiça é acionada. 



MAIS SOBRE

Últimas Notícias