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Papo reto

Manoel Soares conta o que acontece quando o ódio vira herança

Colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho

05/04/2019 - 20h36min

Atualizada em: 06/04/2019 - 07h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Lauro Alves / Agencia RBS

Vi em uma saída de escola dois meninos de aproximadamente oito anos trocando socos enquanto alguns adultos assistiam e davam risada. Entrei na parada e separei as crianças. Recebi críticas dos que estavam vendo, achavam que era importante o menino saber quebrar a cara de quem o incomodava. Perguntei ao menino mais agressivo o porquê de toda aquela raiva, e ele disse que o outro o chamou de "Bolsa Família" e também disse que era "Filho do Lula". 

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O que não estamos notando é que esses períodos de disputas ideológicas foram tão acirrados que ensinamos nossos filhos odiar. Por conta das opiniões dos pais, as crianças absorvem os ódios, e sempre que o bicho pega nos eximimos da culpa. A moral é promover a paz e entender que os pequenos aprendem com nossos atos e vão reproduzir isso.

São nossos reflexos

Um menino ataca o coleguinha por ele depender de um benefício do governo. Os meninos que se agridem por conta disso são consequência das nossas babaquices, e isso levam para a vida. Herdamos de nossos pais os traumas e passamos nossos defeitos como herança. 

Se requer muita humildade mental e emocional para não cair nessa cilada. Reproduzir a violência de nossas opiniões é um exemplo de que estamos sendo pais ruins. Não é fácil entender isso, mas eles são reflexos.

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