Notícias



PAPO RETO 

Manoel Soares fala sobre "a maldição do Batman"

Colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho

20/04/2019 - 07h00min

Atualizada em: 20/04/2019 - 07h00min


reprodução / Divulgação
Ilustração representando o herói dos quadrinhos

Volta e meia, a chapa esquenta tanto que, se pudesse, chamaríamos o Batman para nos ajudar com tantos problemas. Mas a verdade é que o Batman não é solução nem para Gotham, que dirá para nós. Se liga só, depois que o Homem Morcego apareceu, a cidade ficou super feliz, porque teriam alguém que estava disposto a violar algumas leis para pegar bandidos. Acabaram concordando que, quando a intenção é boa, os erros são aceitáveis. 

Leia mais colunas de Manoel Soares

Muitos bandidos seguem o mesmo pensamento, acham que, para sustentar sua família, cometem erros. O resultado é bom, pelo menos para os deles. Voltando ao Batman, ele começou a fazer o que a polícia não poderia fazer. Com isso, começou a fazer o comissário Gordon e seus policiais parecerem incompetentes. Ou seja, ao invés de ajudar quem dedicou a vida a vencer o crime, estava humilhando os seus esforços. 

Crime

Por fim, na minha visão, o mais grave é que, quando o Batman começou a desafiar o crime, o crime também desafiou o Batman. Aí, começaram a aparecer bandidos cada vez piores, a criminalidade subiu e as mortes aumentaram. Porque não existe herói que esteja em todos os lugares ao mesmo tempo. Pinguim, Charada, Mulher Gato e Coringa são efeitos colaterais da existência do Batman. Alguns vão dizer que eles já existiam, mas a luta dos vilões, agora, era vencer o Batman, e nisso a cidade sofria. 

A parada é: antes de querer sermos heróis, temos que pensar nos efeitos colaterais. Porém, antes de desejarmos heróis, precisamos também entender que cada um precisa ser herói da própria vida. Lembrando que, mesmo assim, existirão vilões, e, às vezes, somos nós mesmos. Mas ai é papo para outra coluna.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias