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Seu Problema é Nosso

Alagamentos geram prejuízos a moradores do bairro Rubem Berta, na Capital

Há três anos, a família do técnico em enfermagem Gabriel da Silva, 42 anos, convive com a água acumulada no pátio quando chove. A SMSUrb atribui o problema ao Arroio Feijó, que está obstruído

16/05/2019 - 09h40min

Atualizada em: 21/05/2019 - 19h26min


arquivo pessoal / arquivo pessoal
Pátio fica cheio a cada chuva

Há três anos, a rotina na casa da família do técnico em enfermagem Gabriel da Silva, 42 anos, mudou. Foi quando a residência, na Rua Ovídio de Moraes Leal, bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, começou a sofrer com alagamentos no terreno. O problema acontece em dias de chuva e tem relação com a caixa de esgoto, localizada nos fundos do pátio, que enche e transborda, provocando acúmulo de água residual. 

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Em fevereiro de 2016, Gabriel contratou uma empresa particular para verificar a situação. Segundo ele, os profissionais constataram que o problema não estava relacionado ao seu esgoto residencial, mas à boca de lobo da Rua Procópio Ferreira, esquina de seu endereço, que liga as redes particulares de todo o quadrante. Ao custo de R$ 700, pagos pelo morador, a desentupidora contratada realizou o hidrojateamento na boca de lobo da rua vizinha, procedimento que visa desobstruir as tubulações por meio de um jato de água. Entretanto, o acúmulo voltou a acontecer depois de algum tempo. 

— Toda vez que chove, acontece isso. Chove um pouquinho, o pátio já alaga até o meio. Da última chuva, a água do esgoto ainda está parada aqui. Como está entupido, não escoa e fica por dias — relata. 

Investigação 

Foi aí que a família decidiu recorrer à prefeitura para resolver a questão. Com protocolos registrados no Fala Porto Alegre desde 2017, alguns serviços chegaram a ser realizados, mas a solução nunca foi definitiva: 

— Quando eles limpam lá na Procópio Ferreira, a água baixa aqui em casa. Só que passa uma hora e volta tudo de novo. 

O morador acredita que isso aconteça porque o foco do problema está em algum ponto específico da rede de tubulações, que cruza a quadra passando por baixo dos terrenos, e não na boca de lobo. 

Deste modo, julga necessária uma investigação mais aprofundada, a fim de identificar a origem dos alagamentos. Entretanto, afirma que ela ainda não foi feita pela prefeitura: 

— Já questionei as equipes que vêm aqui, mas afirmam que não podem mexer nas tubulações que passam por residências. Aí, a questão continua. 

Família chateada

Gabriel vive desde que nasceu na casa do bairro Rubem Berta. O técnico em enfermagem mora com os pais, Dejama da Silva, 85 anos, e Terezina da Silva, 82. Hoje, a família se sente desgostosa com a situação do lugar em que vive há tanto tempo. 

— A gente paga IPTU e não vê retorno disso, estamos há três anos tentando resolver a mesma questão. Meus pais são idosos. Tenho medo de que um dia caiam e se machuquem, porque o pátio fica embarrado e oferece risco — desabafa, afirmando que a rotina de alagamentos tem causado prejuízos. 

As paredes estão descascando por conta da umidade, e o pátio se tornou local atrativo para mosquitos e demais insetos, além do mau cheiro, conta o morador. Segundo ele, outros vizinhos também são afetados. Gabriel relata, ainda, que até o surgimento do problema, em 2016, nenhum incômodo semelhante havia acontecido no local. 

Solução passa pelo Arroio Feijó 

A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) informou que foram realizados diversos serviços de limpeza nas bocas de lobo e redes pluviais. Entretanto, a pasta alega que “as águas das chuvas são encaminhadas ao Arroio Feijó, que está assoreado (obstruído)”, atribuindo a persistência dos alagamentos a esta situação. Segundo a SMSUrb, a responsabilidade sobre a dragagem do arroio, que fica no limite entre Porto Alegre, Viamão e Alvorada, é do Estado. 

A Secretaria Estadual de Obras e Habitação (SOP) afirmou que empresta, desde 2015, uma escavadeira hidráulica a Alvorada para limpeza. A pasta acrescenta que os municípios que desejarem solicitar o maquinário precisam protocolar junto à SOP. Contudo, não foi citada nenhuma ação relativa ao córrego na Capital. 

A SOP destaca, ainda, que a Metroplan está realizando levantamentos relativos ao Plano de Prevenção Contra Cheias, que nortearão o Estado sobre as ações a serem tomadas. 

Produção: Camila Bengo

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